Exposição ocupacional anestésica durante a residência médica - impacto no estresse oxidativo e nas avaliações toxicogenética, bioquímica e neuroendócrina: estudo longitudinal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Aun, Aline Garcia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214400
Resumo: Para melhor compreensão da relação causa-efeito de possíveis efeitos tóxicos da exposição ocupacional aos resíduos de gases anestésicos (RGA), este estudo longitudinal foi realizado em médicos ocupacionalmente expostos aos mais modernos RGA halogenados (isoflurano, sevoflurano e desflurano) além do gás óxido nitroso durante o período de especialização. Trata-se de estudo pioneiro que monitorou as concentrações de RGA em salas operatórias e avaliou o impacto dessa exposição no estresse oxidativo, nas avaliações toxicogenéticas (danos no DNA e expressão de transcritos), bioquímicas e neuroendócrinas. Assim, os participantes foram avaliados antes do início da residência médica (antes da exposição aos RGA), após seis meses, um ano, um ano e meio, dois anos e dois anos e meio de exposição. O monitoramento anestésico foi realizado por espectrofotometria infravermelha, e as amostras biológicas foram analisadas quanto à peroxidação lipídica, oxidação proteica, dano basal e oxidativo no DNA, enzimas antioxidantes e capacidade antioxidante, expressão de alguns genes-chave, contagem leucocitária, enzimas hepáticas e resposta neuroendócrina. Os resultados mostraram que as concentrações de RGA estavam bem acima da recomendação internacional e houve indução de oxidação proteica, peroxidação lipídica, danos no DNA, alteração das atividades de glutationa peroxidase e superóxido dismutase, alteração da expressão de NRF2, HO1 e OGG1 e leves oscilações, sendo a maioria dos resultados dentro dos limites de normalidade, para contagem leucocitária, enzimas hepáticas e hormônios, ao longo dos momentos em relação ao momento controle. Em conclusão, nossos achados mostraram que a alta exposição aos RGA no ambiente de trabalho sem adequado sistema de exaustão leva ao estresse oxidativo, genotoxicidade e modulação de transcritos em jovens médicos durante o período de residência médica. Portanto, jovens profissionais, em início de carreira, já apresentam alterações moleculares. Assim, por se tratar de importante questão ocupacional, é necessário mitigar a poluição anestésica no ambiente de trabalho para reduzir a exposição ocupacional com o intuito de se minimizar o impacto da toxicidade anestésica.