Técnicas multivariadas de morfometria geométrica são capazes de discriminar a forma dos crânios de Trachycephalus atlas Bokermann, 1966 e Trachycephalus nigromaculatus Tschudi, 1838 (Anura, Hylidae)?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Comelli, Ana Beatriz Alarcon
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192385
Resumo: Trachycephalus atlas e Trachycephalus nigromaculatus são espécies da família Hylidae, Ordem Anura, que são morfologicamente semelhantes entre si. Apesar de T. atlas ser relatada em sua maioria em ambientes do Bioma Caatinga e T. nigromaculatus ocorrer em regiões costeiras da Mata Atlântica e interioranas em matas de galeria do Cerrado, ambas foram registradas em ambientes com fitofisionomia vegetal de transição de Mata Atlântica e Caatinga, especialmente no estado da Bahia. Devido à sua semelhança morfológica, não existe uma característica conspícua que ajude na diagnose destas espécies. Suas diferenças aparecem no canto e no girino. Neste estudo examinamos essas duas espécies utilizando a morfometria geométrica para analisar as variações da forma do crânio e determinar se essas variações são diagnósticas, encontrando amparo em dados estatísticos robustos. A morfometria geométrica (MG) tem sido empregada para resolver uma variedade de questões do mais amplo contexto de ecologia e evolução. Foram examinados 160 exemplares de coleções representativas das espécies, perfazendo o maior número possível de localidades registradas. Os crânios dos indivíduos foram fotografados em vista dorsal e lateral e 17 marcos anatômicos (landmarks) foram selecionados e digitalizados de acordo com a representatividade em estruturas homólogas da área craniana de todos os exemplares. Para as análises de morfometria geométrica foi utilizado o método de sobreposição de Procrustes com as coordenadas dos marcos para as duas vistas e posteriormente Análise de Componentes Principais (PCA), Análise de Variáveis Canônicas (CVA) e Função Discriminante. Os resultados revelaram uma tendência de separação das espécies em ambas vistas, com significância estatística, corroborando os dados da literatura. Quanto ao dimorfismo sexual, somente T. nigromaculatus apontou diferença entre os sexos, na vista lateral, sendo que os machos tendem a apresentar alongamento na região posterior do crânio. Os dados comparativos de localidade dos exemplares de Trachycephalus atlas mostraram diferenças significativas entre o grupo da série-tipo e demais grupos da espécie, nas duas vistas. Os grupos de Trachycephalus nigromaculatus apresentaram diferenças, exceto Rio de Janeiro, que foi semelhante a todos na vista dorsal e com Espírito Santo na vista lateral. A técnica da MG foi efetiva para pontuar o quanto e onde as alterações na forma do crânio diferem entre as espécies desse estudo.