Impactos ambientais do óleo na costa leste do litoral Nordeste brasileiro: toxicidade de sedimentos sobre organismos aquáticos e risco ambiental.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Carvalho, Maysa Ueda de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/243293
Resumo: Desde 30 agosto de 2019, toneladas de óleo bruto de origem desconhecida começaram a chegar à costa do Nordeste (NE) brasileiro, espalhando-se por 11 estados e atingindo mais de 55 áreas marinhas protegidas. Após atingir a costa, o óleo pode sofrer diversos processos de transformação, como interagir com diferentes matrizes sedimentares, podendo gerar efeitos nocivos a uma gama de organismos, comprometendo a biota local. Este estudo visou analisar o potencial tóxico de sedimentos de regiões afetadas pelo óleo, logo no início do evento em praias do Ceará (CE), e meses depois em áreas recifais de Pernambuco (PE) e estuarinas da Bahia (BA). Os sedimentos foram caracterizados quanto ao perfil químico, sedimentológico e ecotoxicológico. Em relação a toxicidade, foram empregados três tipos de exposição: (1) sedimento integral, pela toxicidade aguda com o anfípodo marinho Tiburonella viscana e crônica com o copépodo estuarino Nitocra sp.; (2) elutriatos e (3) interface sedimento água, ambos para toxicidade crônica com embriões do ouriço-do-mar (Echinometra lucunter) e Nitocra sp. Os resultados foram integrados através da análise de componentes principais (PCA). Nos sedimentos coletados no CE houve concentrações de HPAs e toxicidade para todos os organismos. Em PE, a toxicidade foi mais fortemente relacionada aos altos níveis de amônia e ao tamanho dos grãos, e houve a diminuição da toxicidade aguda para a T. viscana nas praias do Janga e Carneiros, ao longo do tempo, enquanto para E. lucunter e Nitocra sp., a maioria das amostras foi tóxica. Todas as amostras da BA foram tóxicas em pelo menos um teste, e algumas apresentaram altas concentrações de HPAs, além de amônia e sedimentos grosseiros. Em algumas das áreas da BA o baixo hidrodinamismo que pode ter favorecido o acúmulo dos componentes do óleo no sedimento. Em alguns pontos, sobretudo em PE, a toxicidade pode ter sido influenciada pelo histórico de contaminação antrópica difusa, e altos níveis de amônia natural. Estudos ecotoxicológicos com organismos tropicais são fundamentais para a efetiva avaliação dos impactos e riscos ambientais decorrentes de vazamentos de óleo, e deveriam constituir ferramentas dentro dos planos de contingência e ações de resposta a emergências por óleo que atingem os ecossistemas costeiros do Brasil. Palavras-chaves: Ecotoxicologia; petróleo; animais marinhos; emergências ambientais; poluição marinha.