Formação, capacitação, carreira e intervenção profissional em Educação Física na perspectiva de treinadores paralímpicos brasileiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Cláudio Silvério [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181276
Resumo: Esse estudo teve como objetivo, levantar na perspectiva de treinadores paralímpicos brasileiros, elementos de responsabilidade da formação inicial em Educação Física (EF); da capacitação profissional para intervenção no desporto paralímpico; as perspectivas de carreira profissional e as diferenças de intervenção profissional entre desporto olímpico e paralímpico. Quanto à metodologia foi utilizada a abordagem qualitativa de pesquisa, sendo o instrumento metodológico a entrevista semiestruturada e a análises dos dados através da Análise de Conteúdo (AC). Participaram do estudo catorze treinadores das seleções nacionais paralímpicas das modalidades: atletismo e natação. Os resultados demonstraram que o ingresso na carreira de onze participantes foi ocasional, e três ingressaram por opção. Quanto aos elementos de responsabilidade da formação inicial em EF, foram levantados: os conteúdos relacionados à classificação desportiva; deficiências; modalidades paralímpicas; prática; abrangência dos currículos de EF; isolamento do desporto paralimpico nos currículos; possibilidade de aproximação entre CPB e a Universidade; formação continuada através dos cursos da APB; experiências de contato com pcd, e o domínio da modalidade desportiva, desde que o treinador já tenha sido praticante da mesma. Os elementos para a capacitação segundo os participantes foram: certificação através dos cursos da APB; pós-graduação em nível superior; prática; conhecimentos específicos, sendo esses: a fisiologia, biomecânica e o treinamento desportivo. As perspectivas de carreira, foram consideradas, de maneira unanime, promissoras, nos seguintes aspectos: insatisfação com o desporto olímpico e migração para o paralímpico; possibilidade de ingressar na carreira por opção; desenvolvimento organizacional e técnico do desporto paralímpico nacional; valorização financeira; demanda de profissionais nesse campo de trabalho; ascensão profissional; investimento financeiro no desporto paralímpico e autonomia na gestão da carreira. Quanto às diferenças entre desporto olímpico e paralimpico os participantes ressaltaram a adaptação e a técnica enquanto expedientes da intervenção; conhecimentos sobre as deficiências e as relações com pais de atletas e entre treinador e atletas. Desta maneira, a partir dos dados analisados, propomos os seguintes encaminhamentos: Em relação à formação inicial em EF, no que tange à formação do bacharel, é necessária uma formação direcionada ao desenvolvimento das capacidades e habilidades à intervenção, definindo procedimentos, e propiciando ao graduando orientação para a construção de carreira profissional. A capacitação é o momento de aprimoramento, sendo assim, é necessário pensar em uma continuidade de formação, por exemplo, a residência, semelhantemente à médica e a pedagógica. No que tange à carreira, o desporto paralímpico, assim como o desporto convencional, dependem ainda dos investimentos privados e estatais. Para tanto, ambos, deveriam fazer parte de uma política de estado com melhor remuneração e valorização profissional de treinadores. No que diz respeito à intervenção profissional, essa deve ser favorecida pelas pesquisas aplicadas, aproximando ciência da realidade dos treinadores; democratização profissional através de concursos públicos; e comprometimento entre Ministério do Esporte, CPB e Universidade. No que tange, à conclusão da tese, destacamos que: o ingresso ocasional indica, além da ausência do desporto paralímpico na formação, a incipiente preparação das instituições formadoras quanto à orientação de construção de carreira no desporto paralímpico, pois uma formação adequada pode favorecer o ingresso por opção. A formação inicial em EF em relação ao desporto paralimpico, na perspectiva de disciplinas, é um limite que fragiliza a própria formação. As capacitações existentes é um encaminhamento, porém pouco divulgadas, para que egresso em EF acessem as mesmas, sendo necessário formalizar parcerias entre Universidade e CPB. As perspectivas de carreira, embora tenha sido considerada promissoras, dependem de investimentos médio e longo prazo, e de mobilização política em torno do desporto paralímpico, enquanto política estatal. Em relação às diferenças de intervenção profissional entre desporto olímpico e paralímpico, conclui-se que as especificidades do desporto paralímpico demandam formação e capacitação dos treinadores com base em conhecimentos científicos, pedagógicos e tecnológicos na definição de procedimentos para a intervenção. Desta forma, a formação, capacitação, carreira e intervenção, são aspectos vinculados que propõe construção de carreira profissional, perspectivas ainda pouco explorados na área na EF e no desporto paralímpico, diferentemente das engenharias e tecnologias.