Ação antibacteriana da própolis vermelha sobre Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) e imunomoduladora sobre monócitos humanos in vitro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Ripari, Nicolas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/250557
Resumo: O objetivo desta tese de doutoramento foi analisar a atividade antibacteriana da própolis vermelha em associação ou não com antimicrobianos sobre Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA), a ação imunomoduladora em monócitos humanos (CD14+ ) isolados por beads magnéticas, e a capacidade de killing bacteriano dos monócitos sobre MRSA. Inicialmente, foi realizada uma revisão de literatura sobre a possibilidade de a própolis e seus constituintes exercerem ação contra MRSA. Em seguida, foi investigada a ação da própolis vermelha em combinação ou não com β-lactâmicos sobre MRSA e mecanismos envolvidos. Finalmente, as concentrações de própolis vermelha e de antimicrobiano que melhor exerceram ação antibacteriana in vitro foram avaliadas em monócitos, para observar um possível efeito imunomodulador. A revisão inicial demonstrou que os diversos tipos de própolis encontrados no globo e seus principais constituintes podem agir de forma inibitória contra diversas cepas e isolados de MRSA bem como em suas principais moléculas relacionadas à sua resistência à drogas. No capítulo 2, apresentamos o manuscrito proveniente da primeira fase da realização deste projeto, onde demonstramos que a própolis vermelha apresentou baixas concentrações inibitórias (MIC) para diversos tipos de isolados MRSA (MIC90 = 125 µg/mL). As combinações de própolis com imipenem apresentaram sinergismo pelo método de Ckeckerboard (FICI = 0,5) e de curva de sobrevivência bacteriana com diferença estatística entre o grupo controle (p ≤ 0,0001). Esta mesma diferença estatística foi observada quando própolis e imipenem foram combinados com 25% de suas MICs nos testes de formação de biofilme, apresentando porcentagem de inibição do crescimento de biofilme menor que somente própolis ou imipenem à 75% de suas MICs sobre a maioria dos isolados (~ 47% - 64%). A porcentagem de condutividade de membrana dos isolados chegou a 100% também para esta combinação. Predições de molecular docking indicaram que o índice de energia livre de ligação dos compostos da própolis vermelha sobre a proteína ligante de penicilina 2a (PBP2a) foi parecido com ceftarolina (kcal/ mol = -7,1 a 7,8). A última fase foi avaliar a ação imunomoduladora da própolis e imipenem nas mesmas concentrações da fase I, em monócitos humanos. Observamos uma down-regulação de TLR-2 e exercida pela própolis vermelha e aumento na produção de IL-6 exercido pela combinação nos monócitos tratados. A capacidade de killing bacteriano dos monócitos, após tratamento com própolis, chegou próximo do controle LPS (~90%). A própolis vermelha em combinação com imipenem pode ser uma alternativa para o tratamento de MRSA por impedir sua multiplicação, formação de biofilme e modular ação bactericida de monócitos, provavelmente por aumento na produção de IL-6.