Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Rezende, Maria Angélica Martins Lourenço |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/204159
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: Apesar de a doxorrubicina (DOX) ser um dos fármacos antitumorais mais utilizados e eficientes, apresenta diversos efeitos colaterais, sendo a cardiotoxicidade a preocupação mais importante dos oncologistas no tratamento do câncer, além de ser fator limitante desta terapêutica. Diante disso, torna-se importante estudar os mecanismos na cardiotoxicidade da DOX, bem como medidas que possam atenuar ou agravar este processo. Ao mesmo tempo, é evidente o aumento do sobrepeso e obesidade, fatores de risco para doenças cardiovasculares (DCV). Tal dado pode ser explicado, em parte, devido ao aumento do consumo de alimentos ultracalóricos, em decorrência do consumo excessivo de açúcar. Desta forma, o consumo de açúcar vem sendo cada vez mais desencorajado, lançando-se mão de adoçantes não-nutritivos (ANNs). Dentre os ANNs, a sucralose se destaca, por ser o adoçante mais utilizado tanto para uso industrial quanto para uso pessoal. Embora seja aprovada pelos órgãos regulatórios e considerada segura, estudos mostram que a sucralose pode apresentar efeitos negativos. Deste modo, considerando que o consumo de ANNs vem crescendo exponencialmente, torna-se relevante o estudo dos efeitos do uso de ANNs na cardiotoxicidade induzida pela DOX com intuito de diminuir este agravo e, assim, melhorar a sobrevida destes pacientes. OBJETIVO: Avaliar a influência do adoçante à base de sucralose na cardiotoxicidade aguda induzida por DOX. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram utilizados 60 ratos Wistar machos adultos, distribuídos em 4 grupos, com 15 animais cada: Grupo Controle (CO), Grupo DOX (DOX), Grupo DOX + Sucralose 35 mg (DS35) e Grupo DOX + Sucralose 100 mg (DS100). Os ratos dos grupos DS35 e DS100, receberam durante 4 semanas a dieta suplementada com sucralose. O adoçante foi acrescido na ração padrão nas dosagens de 35 e 100 mg/kg de peso corporal por dia. Os ratos dos grupos CO e DOX receberam durante 30 dias a ração controle. Após o período de 4 semanas, os animais dos grupos DOX e DS35 e DS100 receberam injeção intraperitoneal de DOX a 20mg/kg, dose única. Os animais dos grupos CO receberam injeção intraperitoneal de salina estéril em volume equivalente ao da DOX. Quarenta e oito horas após a injeção de DOX ou salina, todos os animais foram submetidos ao ecocardiograma. Após a realização do ecocardiograma, foi realizada avalição funcional “ex vivo” do coração de 8 animais de cada grupo. Após, os animais foram anestesiados e submetidos à decapitação, para coleta de material biológico. Foi realizada a avaliação da área seccional do miócito (ASM), do estresse oxidativo, a determinação da expressão das proteínas colágeno tipo I e III, PGC-1α e PPAR- α, por Western Blot. Análise estatística: ANOVA de 1 via e a significância estatística adotada para todas as análises foi de 5%. RESULTADOS: Após 48h de aplicação da DOX, houve redução do peso corporal e do consumo de ração nos grupos DOX, DS35 e DS100. O adoçante à base de sucralose não interferiu nestes parâmetros. Não foram observadas alterações morfométricas em relação ao ventrículo esquerdo (VE), direito (VD), pulmão e fígado. Porém, houve aumento da área seccional do miócito (ASM) nos animais que receberam DOX. No ecocardiograma, a DOX promoveu aumento de câmaras cardíacas e disfunção sistólica e diastólica, dado que também foi observado na análise do coração isolado. Já o adoçante à base de sucralose diminuiu a frequência cardíaca (FC), piorou a função sistólica e diastólica, visto pela diminuição do débito cardíaco (DC) e do % de encurtamento (% ENC) e pelo aumento da razão entre onda E e velocidade de pico do Doppler tissular miocárdico na protodiástole (E/E´) e do tempo de relaxamento isovolumétrico normalizado para a frequência cardíaca (TRIVc), mas não alterou as variáveis do estudo do coração isolado. Tanto a DOX quanto o adoçante à base de sucralose não interferiram no estresse oxidativo e na expressão das proteínas colágeno I e III, PGC-1α e PPAR-α. CONCLUSÃO: A DOX gerou alterações estruturais e funcionais cardíacas. A suplementação com adoçante à base de sucralose, piorou as funções sistólica e diastólica após cardiotoxicidade aguda induzida por DOX. |