O espaço e o contraespaço no circuito produtivo do capital da frigorificação de carnes no Oeste Paranaense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Heck, Fernando Mendonça [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151061
Resumo: A produção e exportação da frigorificação de carnes obteve crescimento significativo nos últimos vinte anos, sobretudo a partir da década de 2000. No bojo desse processo, a região Oeste Paranaense registrou números relevantes de geração de empregos neste setor, fato que o tornou expressivo na economia regional, apesar da existência desta atividade econômica ser evidente desde a década de 1960. Nesta pesquisa, buscamos compreender as relações de trabalho ao longo do circuito produtivo da frigorificação de carnes, seus mecanismos de exploração, controle, subordinação e, ao mesmo tempo, as resistências da classe trabalhadora, lutas de contraespaço. Para alcançar tal objetivo, construímos a metodologia partindo da articulação entre os procedimentos quantitativos e qualitativos entendendo-os não como aspectos dicotômicos e incomunicáveis, mas na sua relação de limite e complementaridade. Observamos que, para o capital da frigorificação de carnes, é imprescindível a subordinação da renda da terra e a extração da mais-valia (absoluta e relativa) que são partes indissociáveis do seu processo de acumulação. Trata-se, então, de uma gestão territorial de totalidade, pois controla o conjunto do circuito produtivo (D-M-D’), já que se nutre do trabalho familiar camponês na engorda de aves, das inúmeras formas de trabalho proletarizado no campo, inclusive informal e sem registro em carteira, e do trabalho proletário industrial nas plantas de abate e processamento de carnes. No entanto, ao estudar o trabalho e suas organizações coletivas, se percebe que reina a fragmentação corporativo-categorial, encimada na divisão técnica do trabalho e limitada às lutas paliativas, isto é, restrita ao espaço do mercado, da circulação, melhoria de renda, enfim, a gestão territorial alienada (D’). Deste modo, defendemos a imprescindibilidade de entender a ampliação do conceito de classe trabalhadora como a perspectiva que permite identificar a exploração do trabalho imposta no circuito produtivo da frigorificação de carnes. Em decorrência, argumentamos que esta é a referência teórica e política a ser seguida pelo movimento do trabalho na perspectiva da unificação orgânica, superação das fragmentações corporativas e da construção das lutas de contraespaço.