Deficiência: da conceituação aos posicionamentos de universitários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Mattos, Beatriz Marques de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/147058
Resumo: O desenvolvimento psíquico do homem se instaura a partir da apropriação dos significados compartilhados nas relações sociais. No processo de constituição do pensamento, ocorre a formação dos conceitos, representados pela palavra. A concepção de deficiência transitou por diferentes períodos e foi atribuída a distintas causas. Ainda hoje, atrela-se ao conceito de desvio, sendo comum a adoção do rótulo de deficiente e/ou incapaz aos sujeitos que se encontram nessa condição. O estigma produzido nas redes de significados atua como controle social, valorizando positivamente o normal em detrimento do anormal. Atualmente, constatam-se inúmeras conquistas em termos normativos, porém, ações excludentes são comuns nos espaços sociais, localizando a deficiência no organismo que a apresenta, desconsiderando a necessidade de ajustes no contexto. A universidade, figurada como uma instituição social, deve propagar ações inclusivas, dentre as quais as destinadas às pessoas com deficiência. O objetivo desta pesquisa consistiu em identificar e analisar como universitários se posicionam diante de enunciados que retratam diferentes concepções de deficiência. Seus participantes foram 1472 graduandos de distintos cursos das nove grandes áreas do saber – Ciências Exatas e da Terra, Ciências Biológicas, Engenharias, Ciências da Saúde, Ciências Agrárias, Ciências Sociais, Ciências Humanas, Linguística, Letras e Artes e Outros – de uma universidade pública do Estado de São Paulo. Em virtude de a instituição se constituir em unidades universitárias distribuídas por todo o Estado, adotou-se um modelo de aplicação à distância. Os dados foram coletados por meio da aplicação da Escala Concepções de Deficiência (ECD), pelo uso de um formulário, disponibilizado on-line na rede interna da universidade. Os resultados foram analisados estatisticamente, com o emprego de testes não-paramétricos. Os achados provenientes desta investigação indicaram qual o grau de concordância em relação às quatro concepções de deficiência examinadas. Evidenciouse, entre os respondentes, a tendência em concordar com enunciados correspondentes a uma concepção social da deficiência. Entretanto, pode-se observar resquícios de posicionamentos que localizam no organismo a condição de deficiência. Isso denota a relevância de se promover ações que visam a ampliar o diálogo sobre o fenômeno da deficiência, a fim de debater criticamente o preconceito presente nos discursos e nas atitudes destinadas a esse segmento populacional, com vistas ao reconhecimento da diversidade humana e ao aumento da sua participação na sociedade.