Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Costa, Franciely de Oliveira [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/151946
|
Resumo: |
Os estudos que compõem essa tese foram realizados com os objetivos de (1) desenvolver e validar o escore de proteção materna para avaliação de vacas da raça Nelore durante o manejo de bezerros recém-nascidos; (2) identificar características individuais relacionadas ao comportamento de proteção materna e temperamento ao sobreano em vacas, e seus efeitos no desempenho de bezerros e; (3) compreender as relações de causa e efeito entre as variáveis que determinam os comportamentos de vacas, bezerros e manejadores durante a realização do manejo do neonato pela aplicação do enfoque em sistemas. Na Fazenda 1, vacas Nelore foram avaliadas durante o manejo ao sobreano com uso de testes de reatividade no tronco de contenção (ET), velocidade de fuga (VF) e escore de temperamento (ETEMP); e logo após o parto, observando-se o comportamento de proteção materna. Este foi avaliado no centro de manejo da maternidade onde foram atribuídos os escores de proteção materna (EPM), movimentação (MOV), tensão (TENS), atenção (ATEN) e agressividade (AGRE), além da frequência de vocalizações (VOC), avaliação qualitativa do comportamento (QBA) e latência para tocar o bezerro (LAT). Também foram registrados o peso inicial (PI), a mortalidade e o ganho médio diário de peso (GMD) dos bezerros. Para os dados de QBA foi utilizada a Análise Multivariada de Fatores, da qual foram extraídos os escores de cada fator, gerando o índice de QBA para o fator 1 (IQBA1) e o índice de QBA para o fator 2 (IQBA2). Na Fazenda 2, vacas Hereford foram avaliadas durante a pesagem dos bezerros, por meio do EPM. No rebanho da raça Nelore, as associações entre EPM e MOV, TENS, ATEN e AGRE foram de moderadas a altas (0,54 a 0,82), além de altamente significativas (P < 0,0001), exceto para MOV em multíparas (P = 0,09). Quanto maior o EPM (maior proteção), maior foi a média de VOC e menor foi a média de LAT (P < 0,05), menos para multíparas onde não foi encontrada relação entre EPM e VOC (P = 0,14). Também foi observada associação entre EPM e os indicadores IQBA1 e IQBA2 (P < 0,0001). A confiabilidade entre as avaliações de EPM realizadas pelo pesquisador e pelos manejadores da fazenda foi alta (com concordância de 0,81 a 0,93). Não foi observada associação significativa entre as características de temperamento ao sobreano e o EPM, com exceção de ETEMP e EPM (C = 0,16; P = 0,0007) que apresentaram baixa correlação. As características de temperamento da vaca ao sobreano não afetaram o GMD dos bezerros (P > 0,05). Na Fazenda 1 (Nelore), a proteção materna aumentou em função do aumento no escore de condição corporal (ECC) e da idade da vaca tanto em primíparas quanto em multíparas (P < 0,05). Na Fazenda 2 (Hereford), não houve efeito (P > 0,05) de ECC, idade da vaca ao parto, categoria da vaca, sexo do bezerro e idade do bezerro sobre EPM. Na Fazenda 1, o EPM teve efeito sobre o GMD dos bezerros para as vacas multíparas (P = 0,0462), mas não para as primíparas (P = 0,1132). Na Fazenda 2, não foi observado efeito significativo de EPM sobre GMD dos bezerros (P = 0,4594). Concluiu-se que o EPM foi uma medida válida e aplicável na rotina de manejo de fazendas comerciais. Não houve relação entre o temperamento e o comportamento de proteção materna em vacas Nelore, nem efeito dessa característica materna no desempenho dos bezerros; indicando a importância da inclusão dessa avaliação na rotina de fazendas de cria de bovinos de corte. Em animais da raça Hereford, o EPM não seria um fator de seleção nos rebanhos uruguaios, pois todas as vacas apresentaram comportamento desejável e o EPM não apresentou efeito sobre o desempenho produtivo dos bezerros. Foram formuladas hipóteses dinâmicas de que a melhoria na qualidade do manejo diminui a agressividade da vaca. O mesmo seria observado para qualidade do manejo e reatividade do bezerro. E, por último, a hipótese de que quanto maior a reatividade do bezerro, maior será a agressividade da vaca. A partir do modelo gerado foram elaboradas estratégias de manejo que envolvem a inclusão de treinamento, o descarte de vacas agressivas e a utilização e a melhoria de instalações apropriadas para o manejo do bezerro recém-nascido. |