Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Garcia, Natália Vanzo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/204394
|
Resumo: |
No contexto da maternidade, há pesquisas que comprovam que a depressão materna ocasiona diversos prejuízos para a relação mãe-bebê e para o desenvolvimento infantil. No entanto, poucos estudos avaliaram os efeitos da depressão materna no comportamento emocional e no temperamento infantil. Entende-se por temperamento o conjunto de diferenças individuais de base constitucional, influenciadas ao longo do tempo pela hereditariedade, maturação e pela experiência, percebidas através da reatividade e da autorregulação, que formam a base para a futura personalidade. Ele é composto por três fatores: afeto negativo, extroversão e controle com esforço, que são subdivididos em várias dimensões. Este estudo teve como objetivo comparar os fatores e dimensões do temperamento de bebês que tinham entre 7 e 12 meses, filhos de mães com sintomas depressivos na gestação e/ou pós-parto, com o temperamento de filhos de mães sem sintomas depressivos. Pretendeu-se, também, identificar os fatores de risco e de proteção para os três fatores do temperamento. A amostra foi composta por 54 díades de mães/bebês, selecionadas de um estudo de coorte anterior em que as gestantes foram avaliadas pela escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo para presença de sintomas depressivos. Quando o bebê tinha entre sete e 12 meses, as mães que aceitaram participar, foram re-avaliadas com a mesma escala e o temperamento infantil foi avaliado a partir do Infant Behavior Questionnaire (IBQ). A amostra final foi composta por 7 mães que apresentaram sintomas depressivos na gestação, 8 com sintomas depressivos no pós parto, 12 com sintomas depressivos nos dois momentos e 27 mães sem sintomas depressivos. Os quatro grupos foram comparados, estatisticamente, quanto a fatores sociodemográficos, clínicos e temperamento infantil. Verificou-se que mães com sintomas depressivos nos dois momentos foram as que menos desejaram a gravidez e contaram com menor apoio social na gestação. Filhos de mães com sintomas depressivos no pós-parto tiveram maior escore de afeto negativo e, filhos de mães com sintomas depressivos nos dois momentos tiveram maior nível de atividade e menor controle com esforço, quando comparados aos filhos de mães sem sintomas. Como se previa, quadros recorrentes, que se iniciaram na gestação e se mantiveram no puerpério, se associaram com maiores prejuízos no temperamento infantil. Na regressão múltipla, sintomas depressivos no pós-parto se mostraram como fatores de risco para altos índices de afeto negativo e baixos índices de controle com esforço. O gênero masculino foi fator de proteção para extroversão. Confirmando a hipótese inicial, sintomas depressivos maternos, em especial no pós-parto e nos dois momentos, se associaram com fatores do temperamento infantil no primeiro ano de vida, mostrando que o temperamento, embora tendo uma constituição biológica, sofre a influência das interações mãe/filho, após o nascimento. |