Reatividade e estresse em garrotes cruzados Angus Nelore em confinamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Carli, Maria Eduarda de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74135/tde-24102018-101810/
Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar o temperamento durante o período de confinamento através das análises das correlações entre três indicadores de temperamento (Escore de Reatividade, Velocidade de Fuga e Avaliação Qualitativa de Comportamento). Foram utilizados 124 bovinos machos inteiros, filhos de cruzamento de touros Angus e vacas Nelore, com peso vivo inicial médio de 286 kg ±14,2 e com idade média de 17 ±1 meses, alojados em currais de confinamento, com área de 25,8 m2 por animal, e disponibilidade de 6 m2 por animal de sombreamento artificial. O confinamento teve duração de 130 dias (18 dias de adaptação + 112 dias de experimento). Foi registrado o temperamento dos garrotes, por meio dos testes de Escore de Reatividade (ER), Velocidade de Fuga (VF) e Avaliação Qualitativa do Comportamento (QBA), durante o manejo de pesagem a cada 28 dias no tronco de contenção. Os dados de QBA foram analisados por duas variâncias distintas após transformação em arco seno raiz quando não normalizados, uma com efeito fixo de categoria de VF (lento, mediano, rápido) e outra com efeito fixo de ER, sempre considerando os efeitos de animais como medida repetida no tempo. Correlações de Spearman entre todos os parâmetros foram realizadas. O escore de reatividade na balança (ER) apresentou correlações positivas com as categorias de QBA \"atividade motora\", \"amedrontado\" e \"agitado\", enquanto que, para as categorias \"relaxamento\" e \"calmo\" houveram correlações negativas (r = -0,54 e r = -0,54). A velocidade de fuga apresentou correlação positiva (r = 0,57) com o escore de reatividade. A concentração de cortisol sérico apresentou correlação positiva com as categorias \"atividade motora\" (r = 0,42), \"amedrontado\" (r = 0,46) e, \"agitado\" (r = 0,50) e correlação negativa com \"relaxamento\" e \"calmo\", como esperado. Em relação ao escore de reatividade, houve correlação positiva com os níveis séricos de cortisol (r = 0,38). Houve diferença significativa entre os parâmetros de QBA, VF e cortisol nas classes de escore de reatividade, sendo as maiores médias encontradas na classe 4, para as categorias de QBA \"atividade motora\", \"amedrontado\" e \"agitado\", com médias de 3,46; 5,30 e 5,16, respectivamente, e de 2,16 para VF, e 4,17 para cortisol. Os três indicadores de temperamento estudados decresceram durante o período de confinamento. É possível concluir que as avaliações qualitativas de comportamento (QBA) se mostraram eficientes para um entendimento da relação entre os indicadores de temperamento (ER e VF) e os níveis de estresse (cortisol sérico). Os animais confinados apresentaram melhora no temperamento durante o período de confinamento, devido a um possível processo de habituação, através do manejo no tronco ou do convívio direto com os humanos envolvidos no manejo diário.