Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Crepalde, Patrícia Aparecida Francelino [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/138111
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Resumo: |
Introdução: O estomizado é o indivíduo submetido à cirurgia de desvio do trânsito intestinal, que consiste na abertura da parede abdominal de um segmento, desviando os efluentes para o meio externo. Objetivo: Avaliar a qualidade de vida dos estomizados assistidos em serviço especializado e estudar a associação destes desfechos com as características sociodemográficas e clínicas. Método: Trata-se de um estudo transversal analítico. Este estudo foi realizado no Núcleo de Assistência ao Ostomizado, do Hospital das Clínicas de Botucatu, no período de outubro de 2014 a agosto de 2015, e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de Medicina de Botucatu-Unesp, por meio do protocolo nº 291.707/2013. A amostra foi composta de 60 pacientes. Para a coleta de dados utilizou-se dois instrumentos, sendo o primeiro um formulário, compreendido pelas etapas: caracterização sociodemográficas e clínicas, aspectos fisiológicos, psicossociais, nutricionais e legais; e para a avaliação da QV, utilizou-se o instrumento WHOQOL-bref, composto por 2 questões gerais de QV e 24 facetas, que se referem a quatro domínios: físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente. Resultados: Do total de 60 pacientes estomizados predominou o sexo feminino (51,7%), idade acima de 61 anos (60%), da cor branca (93,3%), residentes em Botucatu (53,3%), vivem com companheiro (55%), têm renda familiar entre 1 a 3 salários mínimos (78,3%), são aposentados (63,3%) e o ensino fundamental, com (61,7%). Referente ao tempo de estomizado (71,7%), está em média há 6 anos. O motivo que levou a confecção do estoma foi câncer (61,7%) e o agravo crônico que prevaleceu entre os indivíduos estomizados foi a hipertensão arterial sistêmica (31,7%). Quanto à derivação, evidenciaram-se as colostomias descendentes, com (53,3%). O seguimento médico regular é evidente em (90%) dos indivíduos. No que diz respeito ao dispositivo coletor, (80%) utiliza de uma peça drenável, variando de 25 a 102 milímetros de diâmetro; com relação à troca do dispositivo, (33,3%) troca a cada três dias e relata ter “muita” dificuldade no autocuidado com o estoma (65%) e com a bolsa coletora (61,7%). Quanto à presença da insônia, (35%) referiu insônia após a estomia. A atividade sexual foi mantida pela minoria, (31,5%), após a presença do estoma. Referente aos aspectos emocionais de dependência (50%) evidenciou ser fato, após o estoma. A respeito da ajuda recebida após estomia, (100%) relata ter a família como suporte. Quanto às orientações recebidas no pós-operatório, (96,7%) dos indivíduos relataram ter recebido orientação. Do total de 60 pacientes estomizados, (80%) relatou que os dispositivos são suficientes no mês e apenas (20%) dos indivíduos estomizados conhecem os seus direitos legais. O domínio psicológico apresentou a média mais elevada, 70,8, evidenciando que mesmo a autoimagem podendo estar prejudicada pela confecção de um estoma, esse domínio teve uma avaliação melhor, comparada com outros domínios da QV. Considerando p>0,10, as seguintes associações, foram realizadas: ter diabetes mellitus, fazer seguimento médico regularmente, sentir dependência após estomia, ter atividade sexual após estomia, visitar os amigos após estomia, índice de massa corporal ser mais elevado e conhecer os direitos legais. As variáveis que associaram negativamente na QV no domínio físico foram “diabetes mellitus” (p=0,021) e “sente dependência após a estomia” (p=0,016). Nos domínios físico e psicológico, a variável “faz seguimento médico regularmente” (p=0,007 e p=0,062) melhorou a QV, respectivamente. A variável “visitar os amigos após estomia” (p=0,000 e p=0,007) associou positivamente nos domínios psicológico e social. Ainda no domínio psicológico, a variável “ter atividade sexual após estomia” (p=0,035) contribui para uma melhor QV. A variável “conhecer os direitos” (p=0,001), no domínio ambiental, associou positivamente na QV do indivíduo estomizado. Como produto deste estudo foi construído uma cartilha com a descrição de conceitos sobre o estoma e suas causas, o fluxo de atendimento nos diferentes níveis de atenção à saúde, e as diretrizes legais que subsidiam a assistência do indivíduo estomizado. Conclusão: Portanto, pode-se concluir que os indivíduos estomizados deste estudo, avaliaram a QV de maneira positiva e que com a aquisição de novos conhecimentos dos direitos legais, poderá haver uma melhora da QV. |