Entre o bolivarianismo e a adesão à hegemonia: a relação de Venezuela e Estados Unidos durante o chavismo (1999-2013)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Pedroso, Carolina Silva [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Oil
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/156006
Resumo: Desde a sua gênese enquanto Estado-Nação, a Venezuela se depara com uma en-cruzilhada em termos de inserção externa: apostar no bolivarianismo ou aderir à he-gemonia. No início do século XX, a descoberta daquele que viria a ser seu principal produto de exportação, o petróleo, adicionou um elemento estruturante significativo e com consequências diretas na forma com que o país passou a se situar na arena internacional. Desde então, consolidou-se a parceria econômica e política com a po-tência hegemônica: os Estados Unidos da América (EUA). A ascensão de Hugo Chávez Frías ao poder, em 1999, representou o início de um novo ciclo político, marcado por uma intensa polarização política. Ademais, foi o primeiro governo lati-no-americano de uma safra de líderes que foram eleitos com um discurso bolivaria-no, anti-neoliberal e antiestadunidense. Assim, as relações bilaterais com os Esta-dos Unidos passaram por um espiral de tensões crescentes durante o chavismo, especialmente após evidências de ingerência norte-americana sob o governo de George W. Bush, baseado em uma política exterior venezuelana de revisionismo periférico antagônico. Contudo, no campo econômico e comercial, a tônica das rela-ções bilaterais foi o pragmatismo. Observou-se uma postura contraditória por parte da Venezuela chavista, em que politicamente recorria a discursos e gestos de afron-ta, mas economicamente manteve a dependência comercial com os EUA. Defende-mos que a inimizade entre esses dois países beneficiou os dois polos da política ve-nezuelana, tendo sido conveniente para ambos. Portanto, nossa hipótese é que as relações Venezuela-EUA durante o chavismo expressam a disputa entre os dois pa-radigmas de inserção internacional: o bolivarianismo e a adesão à hegemonia, ao mesmo tempo em que suas contradições podem ser explicadas pelos interesses mútuos dos grupos internos. Tal complexidade é abordada por meio de uma abor-dagem histórica, ancorada em revisão bibliográfica, entrevistas, documentos, decla-rações e dados oficiais. Concluímos que a inimizade com os EUA foi conveniente para os dois polos políticos venezuelanos, que compartiam o mesmo interesse (ma-nutenção das hostilidades), ainda que com preferências opostas, ligadas à disputa de poder entre eles.