Integração de dados geoelétricos e estruturais no estudo de ocorrências de ouro na região de São Sepé, Rio Grande do Sul

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: Lenhare, Bruno Daniel
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
• Palavras-chave em Português: Pesquisa mineral; Resistividade; Cargabilidade; Tomografia elétrica; Ouro; Sulfeto; Mineral research; Resistivity; Chargeability; Electric tomography; Gold; Sulfide
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/183416

Este trabalho apresenta a caracterização geológico-geofísica de duas ocorrências auríferas, uma na Fazenda do Funcho e a outra no Gabro Santa Catarina, ambas situadas no município de São Sepé, região centro-sul do Rio Grande do Sul. Ocorrências de ouro em concentrado de bateia em geoquímica de sedimentos de correntes realizados por trabalhos anteriores motivaram a continuidade da pesquisa nas duas áreas. A metodologia utilizada para atingir os objetivos foi o reconhecimento geológico de campo, levantamento de medidas estruturais e aquisição de dados geofísicos com aplicação dos métodos eletrorresistividade (ER) e polarização induzida (IP), por meio da técnica de tomografia elétrica, com execução dos arranjos dipolo-dipolo e Schlumberger. Os dados foram processados com base na técnica de inversão elétrica 2D e posteriormente interpolados para uma visualização em 3D. A análise dos dados permitiu a delimitação tridimensional de possíveis mineralizações sulfetadas em profundidade provenientes de fluidos hidrotermais provavelmente oriundos da intrusão do Granito São Sepé, que se caracterizou como uma fonte de calor e que remobilizou o ouro de outras rochas da região para as rochas das áreas estudo. A integração dos dados geoelétricos e estruturais, associados ao contexto metalogenético da região sugerem que as mineralizações de ouro estão hospedadas em fraturas, foliação e veios de quartzo nas rochas da Fazenda do Funcho e em fraturas do Gabro Santa Catarina. A partir da análise e interpretação de modelos de inversão 2D e de visualização 3D adquiridos no levantamento geofísico entende-se que o arranjo dipolo-dipolo é o mais adequado para este estudo em relação ao arranjo Schlumberger. O arranjo dipolo-dipolo apresenta melhor resolução de contraste entre as propriedades físicas das rochas estruturas que apresentam atitudes verticalizadas, como é o caso de ambas as áreas. Esses resultados permitem traçar uma estratégia para a execução de uma futura campanha de perfurações direcionadas aos alvos encontrados, o que possibilita otimizar uma campanha de pesquisa mineral, com redução de incertezas. Esse panorama é decisivo em termos de uma quantificação adequada de reservas minerais e de viabilidade econômica de ocorrências, além de ser incentivo para o uso destes métodos e técnicas para a prospecção de outros bens minerais em outras regiões.