Tradição Discursiva, variedade linguística e ensino: uma abordagem da heterogeneidade da escrita

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Taura, Letícia Gonçalves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/182016
Resumo: Este trabalho, vinculado ao GPEL (Grupo de Pesquisas sobre a Linguagem-CNPq), propõe um estudo da TD complexa carta e das tradições de falar/escrever que a constituem, focalizando suas relações com questões referentes à oralidade/fala e letramento/escrita, enquanto fatos linguísticos – fala e escrita – e práticas sociais – oralidade e letramento, conforme Corrêa (1997a). O corpus foi constituído a partir de duas trocas de cartas entre alunos de 6o. anos do Ensino Fundamental de duas escolas diferentes, em contexto urbano e rural, totalizando 71 cartas. Neste trabalho, a metodologia de análise conjuga as abordagens qualitativa e quantitativa dos traços característicos das TDs focalizadas, com base em Kabatek (2005a), considerando que o conceito de TD abarca todos os enunciados com finalidades comunicativas, desde um simples “oi” até os mais complexos. Assim, são descritas e analisadas, também, as TDs que constituem a TD complexa carta, ou conforme Lopes-Damasio (2014), as mesclas de TDs, nos textos produzidos em contextos urbano e rural. Além disso, buscam-se evidências acerca do papel do uso da escrita, no contexto da TD investigada, a partir da observação da imagem de escrita desenvolvida pelos escreventes, mediante a relação entre o oral/falado e letrado/escrito, orientada pelos três eixos metodológicos: eixo da gênese da escrita, eixo do código institucionalizado e o eixo da relação com o já falado/ouvido e o já escrito/lido, em consonância com a heterogeneidade da escrita, proposta por Corrêa (1997a). Dessa forma, constatou-se, a partir de uma comparação entre os dados descritos e analisado de cada um dos contextos (urbano e rural) que: (i) os resultados dessa análise quantitativa-qualitativa sinalizam a aquisição da TD carta, tanto em contexto urbano quanto rural; (ii) as marcas linguísticas mostram distinções quanto à circulação dos escreventes do contexto urbano e rural no que tange à (sua) imagem de escrita institucionalizada, relacionada à aquisição e ao desenvolvimento da (sua) escrita. Essa constatação permite um novo olhar para as produções escritas em sala de aula, contribuindo para que sejam pensadas estratégias para um ensino de uma escrita que, embora heterogênea, possa aproximar-se dos modelos formais e institucionais.