Heterogeneidade da escrita e ensino: uma abordagem linguístico-discursiva na relação entre tradição discursiva e mecanismos de junção

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Alvares, Maria Luiza de Castro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192008
Resumo: Neste trabalho, realizado no âmbito do ProfLetras e vinculado ao Grupo de Pesquisa em Estudos sobre a Linguagem (GPEL), propõe-se uma abordagem linguístico-discursiva da argumentação em textos produzidos por sujeitos numa perspectiva longitudinal – do 7º ao 8º ano do Ensino Fundamental II, através de uma análise fundamentada na escrita heterogeneamente constituída, a partir dos mecanismos de junção, na tradição discursiva argumentativa. O trabalho fundamenta-se na concepção de tradição discursiva (KABATEK, 2005a, 2005b, 2012), tomada como matéria e produto da linguagem, enquanto todo tipo identificável de tradição de dizer/escrever, formada via repetição e evocação e que promove, portanto, atualização e tradição ao mesmo tempo; na concepção de escrita heterogeneamente constituída (CORRÊA, 1997), em que os modos falado e escrito de enunciação constituem-se mutuamente; e, por fim, nos mecanismos de junção (RAIBLE, 2001), elementos cuja função é combinar/juntar proposições, a partir do cruzamento dos eixos tático e semântico. Nesse sentido, pretende-se contribuir com proposições voltadas ao ensino da escrita a partir da descrição linguístico-discursiva dos mecanismos de junção, no âmbito da tradição discursiva argumentativa, produzida por sujeitos regularmente matriculados nos 7º e 8º anos do Ensino Fundamental II, numa perspectiva longitudinal, através, portanto, da comparação analítica do funcionamento desses mecanismos nos textos produzidos pelos mesmos sujeitos, nesses dois momentos, definidos como Coleta 1 – textos do 7º ano – e Coleta 2 – textos do 8º ano. Para isso, parte-se da: (i) descrição e análise dos mecanismos de junção, em textos pertencentes à tradição discursiva argumentativa, no modo escrito de enunciação, com enfoque nas relações semânticas e na interdependência existente entre as porções componentes da oração complexa, na perspectiva de Halliday (1985) e Raible (2001); (ii) busca por evidências da relação entre o uso e funcionamento dos mecanismos de junção com a tradição discursiva argumentação; (iii) busca por evidências da relação entre o comportamento da junção e a heterogeneidade da escrita, mediante traços da relação oral/falado e letrado/escrito. Por fim, são apresentadas (no Anexo 1) as atividades realizadas, numa perspectiva longitudinal, com o objetivo de promover a aquisição da tradição argumentativa, a partir de uma abordagem linguístico-discursiva. A discussão proposta com base nessa comparação aponta que: (a) há proximidade nos resultados relativos à análise dos mecanismos de junção nos âmbitos tático (com predominância das estruturas paratáticas) e semântico (com predominância das relações de adição, causa e contraste); (b) há mescla com as tradições discursivas expositiva, listagem, explicativa, injuntiva e narrativa, no que diz respeito à constituição/aquisição da tradição argumentativa e (c) há mudança de posição dos escreventes, na língua/linguagem, sinalizada por suas imagens da escrita institucionalizada, identificadas na convencionalização dos usos dos mecanismos de junção, como indício da heterogeneidade da escrita.