Atividade lúdica na educação infantil: o jogo como fenômeno multidimensional na cultura corporal, psicologia histórico-cultural e pedagogia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Antonio, Rafael Oliveira de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/213479
Resumo: A presente pesquisa toma como objeto a atividade lúdica no contexto da escola de educação infantil. O jogo é um fenômeno que se faz intensamente presente no contexto das escolas de educação infantil, nem sempre abordado a partir de um entendimento conceitual de sua natureza e suas potenciais contribuições para a formação da criança pequena. Em nossa experiência docente constatamos que a terminologia jogo é utilizada sem a necessária preocupação com as distintas dimensões que constituem e compõem essa atividade, e tal problemática não se mostra suficientemente abordada na literatura da área de educação infantil. À luz do materialismo histórico-dialético, realizou-se um estudo de natureza teórico-conceitual que se debruçou sobre o jogo como fenômeno multidimensional, que se faz objeto da cultura corporal, da psicologia histórico-cultural do desenvolvimento e da pedagogia. Como resultado, na cultura corporal o jogo se revela como um de seus objetos clássicos, pouco explorado na educação infantil e associado, de forma equivocada, com brincadeiras de parque ou recreação. Nesse contexto, uma categorização inicial do jogo foi uma demanda própria do estudo, organizando os jogos em categorias, subcategorias, aspectos essenciais e atividades da cultura corporal que se vincula. Já a atividade lúdica como objeto da psicologia histórico-cultural trouxe à tona o jogo na forma particular de brincadeira de papéis sociais, cuja natureza protagonizada proporciona à criança a internalização das relações sociais; configurando-se como atividade-guia da idade pré-escolar, a brincadeira é responsável por engendrar neoformações psíquicas mais importantes do período, preparando a transição para a idade escolar. Por último, quando nos debruçamos sobre o tratamento dado à atividade lúdica na pedagogia, considerada no contexto das concepções pedagógicas contemporâneas – variantes da pedagogia tradicional e pedagogia nova – temos que o jogo é visto como um conhecimento acessório, seja como atividade recreativa representada pelo laissez faire – abandono pedagógico em prol da recuperação física e mental – ou organizado pedagogicamente para atingir resultados educacionais voltados a fomentar qualidades físicas ou psicológicas; ou recurso didático auxiliando a aprendizagem de outras disciplinas escolares, sendo uma atividade didatizada e reduzida ao lúdico. Diante desses resultados, indicamos que o uso indiscriminado ou generalizado da terminologia “jogo” deve ser superado na literatura da área, tendo em vista as diferentes dimensões envolvidas em sua proposição como atividade lúdica no contexto da escola de educação infantil, conquanto sem descaracterizá-lo.