Análise de parâmetros de impedância bioelétrica, bioquímicos, morfológicos e funcionais em idosos sarcopênicos e não sarcopênicos submetidos a treinamento resistido convencional e com resistência elástica: ensaio clínico aleatório

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Osco, Karla Minacca [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181393
Resumo: A população idosa com idade igual ou superior a 60 anos dobrou na última metade do século XX. O envelhecimento é um processo inevitável com consequências deletérias e progressivas para o corpo humano, comprometendo os seus diferentes sistemas, tais como o fisiológico, o morfológico, o funcional e o endócrino. A perda progressiva de massa e força muscular, associada à função é denominada sarcopenia, e como consequência, promove maior risco para incapacidade funcional, fragilidade, quedas, fraturas, hospitalizações, institucionalizações, óbito precoce e alterações imunológicas. Em idosos as alterações no sistema imunológico podem ocorrer devido ao aumento da concentração sanguínea de citocinas pró-inflamatórias que agrava o estado sarcopênico, acarretando um processo de inflamação crônica de baixo grau (LGI, low grade inflammation). Dentre os parâmetros observados na avaliação da sarcopenia, a análise de impedância bioelétrica (BIA) vem sendo utilizada há tempo para mensuração dos diferentes componentes corporais dentro do sistema morfológico, especialmente os tecidos adiposo e muscular. Mais recentemente, parâmetros brutos da BIA (R, resistência e Xc, reatância) têm sido utilizados para a avaliação da saúde celular (PhA, ângulo de fase e a análise de vetores de impedância bioelétrica (BIVA, bioimpedance vector analysis). Com a finalidade de reverter ou atenuar os efeitos deletérios do envelhecimento, programas de treinamento físico, mais especificamente o treinamento resistido (TR), tem sido proposto para promover sobretudo a funcionalidade e a independência dos idosos. Profissionais procuram com o avançar das pesquisas, propostas que possam ser ao mesmo tempo, simples, eficaz, segura e de baixo custo a este grupo etário. Neste sentido, a intervenção com resistência elástica aparece como uma boa alternativa para atingir tais objetivos. Objetivos: Desta forma, o objetivo do presente projeto foi analisar o efeito de diferentes programas de treinamento resistido sobre parâmetros brutos de impedância bioelétrica e marcadores inflamatórios em idosos sarcopênicos. Métodos: Para tanto, 66 idosos de ambos os sexos, divididos em sarcopênicos e não sarcopênicos, foram aleatoriamente distribuídos em dois grupos de treinamento: grupo de treinamento com resistência elástica (GTE) e grupo de treinamento resistido convencional (GTC). Os idosos foram avaliados em momentos pré e pós treinamento, com mensuração da composição corporal (tecido adiposo e muscular), saúde celular (PhA e BIVA), força, qualidade muscular (QM) e marcadores inflamatórios. O programa de treinamento (12 semanas, três sessões semanais) foi composto por treino com resistência elástica (sete exercícios: abdução de ombro, flexão de cotovelo, extensão de cotovelo, flexão de ombro, extensão de ombro, flexão de joelho e extensão de joelho), e convencional (os mesmos grupos musculares em equipamentos e pesos livres). Análise estatística foi realizada em programa SPSS 22.0, com nível de significância adotado em 5%. Resultados: O programa de treinamento resistido convencional (musculação) e com resistência elástica apresentaram respostas similares especialmente a variável força de preensão manual (FPM) e a fração do colesterol HDL (lipoproteína de alta densidade). Idosos sarcopênicos tiveram maior aumento da massa muscular, representada pelo índice de massa muscular (IMM, em kg.m-2 ) ao longo do programa comparado aos pares nãosarcopênicos. Foram verificadas correlações positivas no momento inicial do estudo entre parâmetros de bioimpedância (R e PhA) com a FPM, e relação inversa entre a Xc e o índice de massa corporal (IMC). Ao longo do programa de treinamento, as alterações na variável R se correlacionaram positivamente com as triglicérides (TAG), e na variável PhA com glicemia e HDL, enquanto as reduções nos valores de R se correlacionaram aos aumentos nos valores da massa isenta de gordura e osso (MIGO). Conclusão: Os resultados apresentados são inéditos, e apontam para maiores investigações, especificamente para se entender a relação de causa e efeito das variáveis estudadas, a fim de elucidar melhor o papel da bioimpedância na avaliação da saúde celular de pessoas idosas, envolvidas em programa de treinamento resistido. Também, a utilização de tubos elásticos se apresentou de forma interessante e favorável, tendo em vista os resultados comparados ao método convencional (não superior, mas não inferior). A proposta pode ser implementada em diversos ambientes, de forma a auxiliar os idosos mais longevos e em situação de fragilidade.