Ângulo de fase e sarcopenia em pacientes idosos com insuficiência cardíaca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Bieger, Patrícia
Orientador(a): Souza, Gabriela Corrêa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/240596
Resumo: Introdução: A Insuficiência Cardíaca (IC) é considerada uma síndrome clínica na qual o coração apresenta capacidade reduzida de bombear sangue suficiente a fim de suprir as exigências metabólicas dos tecidos. A sarcopenia, que apresenta uma perda muscular mais acelerada e acentuada em pacientes com IC, agrava o prognóstico da doença. A relação entre o ângulo de fase (AF), mensurado pela bioimpedância elétrica (BIA), e o prognóstico de algumas doenças pode ser compreendida também pelo cenário de desnutrição prolongada e inflamação, resultando em morte celular. A avaliação do nível de integridade celular por meio do AF oferece uma abordagem de um método prático, cuja associação com a sarcopenia ainda não foi esclarecida nessa população específica. Objetivos: Avaliar a associação de valores de AF com a sarcopenia e seus componentes, assim como estabelecer o ponto de corte do AF para predizer desfechos, como internação hospitalar e mortalidade, em pacientes idosos com IC. Metodologia: Estudo de coorte com pacientes ambulatoriais com IC atendidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). O AF foi mensurado através de BIA e o diagnóstico de sarcopenia seguiu os critérios do European Working Group on Sarcopenia in Older People. Foi realizada avaliação antropométrica, bioimpedância elétrica (AF e composição corporal) e capacidade funcional, além de analisados os marcadores inflamatórios: Proteína C-reativa ultrasenssível (PCR-US), Interleucina-6 (IL-6) e Fator de necrose tumoral alfa (TNF-α). O ponto de corte para AF foi determinado pela Curva Característica de Operação do Receptor (ROC). O tempo de seguimento para avaliar internação hospitalar e mortalidade foi de três anos. Resultados: Foram incluídos 106 pacientes com IC, sendo a maioria do sexo masculino, brancos e com idade média de 69±7,0 anos, predominando pacientes com fração de ejeção do ventrículo esquerdo reduzida (FEVE) (70,8%) e classes funcionais da NYHA I e II (82,1%). Provável sarcopenia foi encontrada em 36,8%, sarcopenia em 23,6% e sarcopenia grave em 4,4% dos pacientes. Sarcopênicos apresentavam maior média de idade comparativamente a não sarcopênicos (73±8,1 e 67,8± 6,1 anos; p=0,001), associação com FEVE reduzida (p=0,027) e índice de massa corporal (IMC) ≤ 24,9 kg/m² (p<0,001), menor índice de massa corporal (23,1±2,7 e 28,3±4,2kg/m2; p<0,001) e maiores valores de IL-6 (2,7 [1,05,2] e 1,8 [1,0-2,7]; p=0,39). Valores médios de AF foram menores nos pacientes sarcopênicos (4,9±0,9 e 6,0±0,8˚; p<0,001). O ponto de corte detectado para sarcopenia na curva ROC foi de 5,45˚ e esse foi associado ao menor uso de IECA/BRA (83,3%; p=0,048) e IMC ≤ 24,9 kg/m² (54,8%; p=0,008). Valores de AF abaixo deste ponto de corte foram também associados a cada um dos componentes sarcopênicos avaliados. Por fim, ao avaliar o efeito do AF <5,45˚ nos desfechos de internação e óbito, esse demonstrou ser preditor independente para internação hospitalar (p=0,042) em toda a amostra estudada. Conclusão: O AF foi associado a componentes diagnósticos da sarcopenia e o ponto de corte <5,45º demonstrou-se um preditor independente da mesma. O AF < 5,45˚ se mostrou também preditor independente para internação ao longo de 3 anos em pacientes idosos com IC, independente da sarcopenia.