Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Furtado, Beatriz Alves [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/256142
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Resumo: |
Introdução: A violência contra mulheres, perpetrada por seus parceiros íntimos, representa uma preocupação global de saúde pública, além de ser uma grave violação dos direitos humanos, enraizada em desigualdades estruturais de gênero. A emergência da pandemia de COVID-19 introduziu novos desafios e agravou ainda mais essa problemática, exacerbando as vulnerabilidades existentes e criando um contexto propício para o aumento da violência doméstica. Objetivo: O presente estudo foi dividido em dois capítulos, com o primeiro tendo como objetivo verificar os casos de violência, bem como o perfil das mulheres assistidas no Centro de Referência da Mulher (CRM), no período de 2019 a 2022, em um município do noroeste paulista. O segundo capitulo teve como objetivo verificar os casos de violência contra as mulheres nos registros policias na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), entre 2019 e 2021. Metodologia: No CRM os dados foram coletados por meio dos registros dos casos de violência contra a mulher atendidas no centro, foram tabulados por meio do programa Epi Info 7.2 e apresentados em frequências absolutas e percentuais. Na DDM os dados foram coletados por meio dos boletins de ocorrência e laudos periciais dos casos de mulheres atendidas na delegacia, no período de 2019 a 2021, tabulados em planilhas Excel, com estatísticas descritiva realizadas por meio do programa IBM SPSS e apresentados em tabelas e gráficos. Resultados: Os resultados mostraram que no CRM maioria apresentava de 40 a 60 anos incompletos e o tipo de violência mais observada foi a psicológica, seguido da física (176 e 119 casos, respectivamente). A maior parte tinha estudado até o ensino médio completo, estava inserida no mercado de trabalho em ocupações de baixa remuneração e residia em bairros periféricos. A análise dos casos ao longo de três períodos distintos - 2019 (antes da pandemia de COVID-19), 2020 (durante a pandemia) e 2021 (pós-lockdown), verificou-se que houve um pico de 208 casos no ano de 2020, ano em que foi estabelecido o “lockdown" como medida para conter o contagio da doença. Em relação à idade das denunciantes, observa-se a média na faixa etária dos 30 anos, o perfil etário permanece igual longo dos 3 anos. A análise da proporção de casos com lesão facial revela uma mudança significativa, especialmente durante o ano de 2020. Em 2020, a proporção de casos com lesão facial aumentou consideravelmente, representando 60,5% do total, a proporção de lesões leves foi de 97,7%, comparada com 100% em 2019 e 89,3% em 2021. As estruturas anatômicas mais envolvidas foram, no ano de 2019 em primeiro lugar a região labial (26%) e em segundo lugar a região frontal (23%); em 2020 a região periorbital(26%) seguida da região labial(17%) e em 2021, tanto a região frontal e a labial seguida da região labial com 22%. O agente mais utilizado nas agressões, nos anos 2019, 2020 e 2021 foi o contundente, com prevalência de 89,5%, 87,4% e 92,9%; respectivamente. Conclusão: Durante a pandemia de COVID-19, observou-se um aumento significativo na ocorrência de violência doméstica em todo o mundo, incluindo no Brasil. O confinamento imposto para conter a propagação do vírus contribuiu para intensificar esse problema, tornando as mulheres ainda mais vulneráveis aos abusos de seus parceiros. Visto que a ocorrência de novas pandemias não pode ser descartadas, é essencial que haja a criação de politicas públicas, com o engajamento de toda a sociedade, que inclui autoridades governamentais, instituições e comunidades, visando a promoção de uma cultura de respeito e igualdade de gênero, o que auxiliará na diminuição desse grave problema social. |