Efeito do treinamento intradialítico resistido e aeróbio sobre a função cognitiva e capacidade funcional de pacientes em hemodiálise: estudo controlado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Souza, Giovana Damasceno e [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/137922
Resumo: Pacientes com doença renal crônica (DRC) em hemodiálise têm baixo nível de atividade física, e podem apresentar declínio cognitivo. Evidencias mostram benefícios de exercícios físicos nesses pacientes, no entanto poucos estudos buscaram avaliar tais benefícios sobre a função cognitiva. Objetivo. Avaliar o efeito do treinamento físico resistido e aeróbio intradialítico em indivíduos com DRC em hemodiálise sobre a função cognitiva e a capacidade funcional. Materiais e Método. Foram realizados dois estudos em paralelo. Estudo 1: experimental, aberto, controlado, randomizado que comparou dois grupos: grupo resistido (GR) e grupo controle (GC). Os pacientes do GR foram submetidos a exercícios resistidos e os pacientes do GC foram submetidos a exercícios placebo, da primeira à 12a semana. As avaliações foram realizadas antes da primeira semana da sessão de exercício e na semana imediatamente após a última sessão. Nesse estudo o comportamento das variáveis avaliadas foram compradas entre os grupos. Estudo 2: experimental, aberto, controlado, sequencial. Nove dos pacientes do GC, após a reavaliação do período controle, foram subsequentemente submetidos a exercícios aeróbios, sendo analisados após 12 semanas adicionais como grupo aeróbio (GA). Nesse estudo o comportamento das variáveis avaliadas desses nove pacientes após o período controle foi comparado após o período de intervenção. Os exercícios foram realizados nas primeiras duas horas de hemodiálise, três vezes por semana por aproximadamente 50 min. O GA utilizou ciclo ergômetro e o GR realizou onze exercícios (2 séries de 15-20 repetições), dos quais para membros superiores foram realizados antes do início da hemodiálise. A intensidade do esforço para ambos os grupos foi de 12 a 16 na escala BORG. O GC realizou exercícios metabólicos à guisa de placebo. Variáveis avaliadas: nível de atividade física (questionário IPAQ versão curta), função cognitiva (mini-exame do estado mental - MEEM) e capacidade funcional (teste de caminhada de 6 minutos - TC6M). Resultados. A amostra final do Estudo 1 foi composta por 28 pacientes, 13 no GC e 15 no GR, os grupos eram homogênios quanto aos dados demográficos e clínicos. A função cognitiva avaliada pelo MEEM apresentou um aumento da pontuação estatisticamente significante após a intervenção no GR (23,5±4,0 para 25±3,3 pontos) e no GC (21,5±3,5 para 23±3,0 pontos) (p = 0,03). A capacidade funcional, avaliada pelo TC6 apresentou aumento significante da distância percorrida no GR (529±137,8 para 554,5±137,5 metros) e no GC (507±155,5 para 545±121,2 metros) (p = 0,02). No comportamento do IPAQ houve deslocamento numérico dos pacientes para categorias de maior nível de atividade física nos dois grupos, ainda que sem atingir significância estatística. No Estudo 2, quanto ao MEEM, houve tendência a aumento da pontuação paralelo no momento 2 e no momento 3, porém sem significância estatística (p = 0,05). No TC6, não houve aumento significante da distância percorrida pelos pacientes após a intervenção em nenhum dos momentos. No comportamento do IPAQ houve deslocamento numérico dos pacientes para categorias de maior nível de atividade física comparando os três momentos, sem atingir significância estatística. Conclusão. Os pacientes com DRC em hemodiálise submetidos a protocolo de exercício resistido apresentaram melhora funcional e cognitiva. Porém, o protocolo de exercício metabólico (exercício placebo), realizado no GC, também trouxe repercussão. Já os pacientes submetidos a protocolo de exercício aeróbio não apresentaram a mesma melhora. O efeito de exercícios placebo observado no corrente trabalho abre a possibilidade de intervenções subliminares no sentido de melhorar o perfil de atividade física dos pacientes em hemodiálise. Sugerindo que um profissional no centro de terapia renal substitutiva, orientando e incentivando os pacientes com DRC a realizarem exercício físico, poderia mudar seus hábitos do dia a dia que possam levá-los a melhor disposição e função motora, além de melhora na função cognitiva com possível consequente melhora na qualidade de vida. Apoio CNPq, processo 13288/2015-2.