O ensino de Geografia como possibilidade de construção de sentidos em Educação Ambiental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Jordão, Thalita [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180737
Resumo: Ao reconhecer a intensidade das catástrofes ambientais, podemos questionar sobre a racionalidade da ciência, sua pretensa neutralidade e promessa de segurança e solução dos problemas ambientais. Os efeitos de nossa relação com o meio, decorrentes do vertiginoso processo histórico de alteração e apropriação, em um curto período de tempo, tem gerado graves situações de impactos. Dentre as inúmeras possibilidades para enfrentamento dessa crise, o processo educativo é uma das práticas sociais mais adequadas para levar a uma revisão no paradigma atual que determina a relação ser humano-meio. Pensando em caminhos que potencializem a incorporação da educação ambiental no espaço escolar, defendo que o ensino de geografia poderia integrar um mosaico variado de possibilidades em suas propostas didático-pedagógicas. Essa pesquisa teve como objetivo investigar, a partir das aulas de geografia, a construção de sentidos (na relação com os alunos), quando articulamos os conteúdos geográficos com a educação ambiental, os limites e possibilidades para ressignificar as relações ser humano-meio. A pesquisa em questão se insere no domínio da pesquisa qualitativa de orientação narrativa e privilegia teórica e metodologicamente o pensamento bakhtiniano. Ela se desenvolveu em uma escola pública profissionalizante de Ensino Médio, localizada em Campinas – SP, com três alunos ingressantes. Cada aluno participante da pesquisa recebeu um “diário de bordo”, que teve a finalidade de registrar reflexões dos processos vividos durante as aprendizagens e diálogos construídos nas aulas de geografia, da qual fui professora. Para a compreensão desse material, elaborei, primeiramente, crônicas baseadas na memória de alguns processos vividos com esses alunos. Ao realizar as leituras dos diários, selecionei trechos ou palavras das reflexões dos alunos sobre determinadas questões, o que me permitiu produzir sentidos e responder às questões dessa pesquisa. Durante esse processo, percebi que os alunos pareciam não conseguir romper com as barreiras de si para um envolvimento com o mundo de maneira mais coletiva e altruísta. Diante disso, temas de ordem existencial tornaram-se mais importantes para serem discutidos, e assuntos mais pontuais sobre a questão ambiental pareciam não fazer sentido nas discussões ou para buscar soluções naquele momento, mesmo tendo a consciência de que estes problemas (ambientais) estão a envolvê-los no tempo-espaço presente. O ensino de geografia, quando orientado por práticas pedagógicas com fundamentação crítica, respaldada pela educação ambiental, possibilita a construção de uma consciência que abre espaços para um futuro mais justo e ambientalmente equilibrado, ao se basear na construção de outras relações com o meio, a partir de experiências mais significativas, que buscam criar vínculos com o outro, favorecendo, assim, o desenvolvimento de uma “vivência do nós”, pela possibilidade da ampliação de nosso nível de consciência.