Análise do perfil epidemiológico da cárie dentária em crianças na cidade de Benguela, Angola

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Songa, Marcial António Simão [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/194326
Resumo: A prevalência de cárie dentária em países de baixa e média renda tem aumentado, tornando-se um problema de saúde significativo, em função de que os dentes cariados geralmente não são tratados e, portanto, desencadeiam dor e sofrimento nas crianças. Esta doença tem sido muito observada em função da dieta moderna e à mudança de estilos de vida. O objetivo neste trabalho foi analisar o perfil epidemiológico da cárie dentária em crianças de 5 e 12 anos de idade, na cidade de Benguela, Angola. Trata-se de um estudo observacional, analítico, transversal, realizado nas escolas do município de Benguela em Angola. Utilizou-se os códigos e critérios da OMS para a cárie dentária e uma ficha clínica. Foram examinados 430 escolares, sendo 190 de 12 anos e 240 de 5 anos de idade de ambos os sexos, das escolas urbanas, periurbanas e rurais. O índice CPOD e ceod foram calculados e as seguintes variáveis foram pesquisadas: gênero, localização geográfica da escola, idade, frequência ao dentista, número de lavagem dos dentes, uso de pasta de dentes, consumo de alimentos açucarados. Foram realizados testes estatísticos de Qui-quadrado e teste Exato de Fisher, com nível de significância de 5%. Calculou-se as “OR” e “IC”. Os resultados da pesquisa demonstram que 62,63% (n=119) das crianças de 12 anos e 42,08% ( n=101)% das crianças de 5 anos apresentaram-se livres de carie dentária. O CPOD médio foi de 0,76 e o ceod foi de 2,19. Na análise dos componentes dos índices verificou-se que não havia dentes restaurados. Para as crianças de 5 anos, a cárie dentária esteve associada à variável localização periurba (p=0,01). As crianças de 12 anos que higienizam a boca 1 vez ao dia, correspondem a 80%. Não se verificou o uso do fio dental. Verificou-se ainda, em 75% das crianças o consumo de bebidas e alimentos sólidos açucarados industrializados uma vez por semana. Conclusão: Podemos concluir que a prevalência da cárie na dentição permanente foi muito baixa. Na dentição decídua a situação é crítica, em especial para as crianças da área peri-urbana e rural. A falta de acesso ao dentista e a total ausência de tratamento dos dentes afetados demonstram a necessidade de instituição de uma política pública de promoção de saúde bucal. A grande maioria escova os dentes, no entanto o uso do fio dental não é uma realidade. Os hábitos alimentares merecem atenção.