A mulher afro-antilhana de Porto Velho e a sua anterioridade na educação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Blackman, Cledenice [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/202237
Resumo: Esta tese tem como objetivo principal contribuir para uma revisão histórica, no sentido de desconstruir padrões estereotipados, reforçados em obras e escritos nacionais e regionais de/sobre Rondônia acerca da anterioridade da mulher afro-antilhana na educação portovelhense. A investigação foi orientada por cinco questões: (1) Como a mulher afro-antilhana foi apresentada e estigmatizada nas bibliografias, ainda que a memória local reconheça sua participação na identidade histórica educacional, mesmo de forma marginalizada? (2) Qual a primeira escola de Porto Velho? (3) Quem eram os principais responsáveis por tal iniciativa escolar no início do século XX? (4) Como funcionava a primeira escola informal localizada no Barbadian Town? (5) Quais mulheres afro-antilhanas e descendência marcaram presença e contribuíram no contexto educacional portovelhense? A pesquisa foi pautada na análise de fontes bibliográficas e documentais, guiada pelos Estudos Culturais, considerando-se os Estudos Culturais Britânicos, área relacionada historicamente aos estudos sobre a mulher. Tomando-se como referência a documentação, textos e escritos, apresentam-se os estereótipos construídos sobre a mulher imigrante afro-antilhana inglesa na historiografia da história e da educação, em obras nas quais esse grupo multicultural foi estudado e mencionado como mulheres barbadianas. Neste trabalho, utilizou-se a nomenclatura mulheres afro-antilhanas, enfocando-se a anterioridade da mulher imigrante das Antilhas Inglesas e sua descendência, estritamente as que partiram de Barbados e Granada no início do século XX para Porto Velho. Na construção do trajeto histórico dessas mulheres, considerou-se: a educação em Barbados nos fins do século XIX; as principais motivações para a imigração afro-antilhana inglesa ao Brasil, principalmente via Porto de Belém, sequencialmente, ao recôncavo de Manaus e, posteriormente, para Porto Velho; o surgimento do bairro Barbadian Town, que resistiu de 1910 até 1943, em Porto Velho, enfatizando a atividade educacional promovida pelas mulheres imigrantes das Antilhas Inglesas no início do século XX; a primeira escola informal bilíngue no início do século XX, em Porto Velho; as professoras afro-antilhanas inglesas que se destacaram no Barbadian Town. Foram identificadas 30 mulheres, moradoras do Barbadian Town, sendo duas professoras bilíngues, imigrantes das Antilhas Inglesas. Realizou-se um mapeamento da anterioridade das mulheres imigrantes das Antilhas Inglesas e as de sua descendência que atuam na educação. Foram analisados documentos de cinco professoras descendentes, o que tornou possível a compreensão sobre a antecedência e a contribuição da mulher afro-antilhana no âmbito da educação no município de Porto Velho, por meio da sua história docente. Os resultados destacam a anterioridade e a contribuição identitária da atuação precursora da mulher afro-antilhana inglesa em Porto Velho, no contexto da educação, proporcionando a desconstrução dos estereótipos constantes nas obras nacionais e regionais.