Efeitos do preparo profundo do solo e da calagem sobre a emissão de gases de efeito estufa em cana-de-açúcar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Mendes, Ivanayra da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204786
Resumo: As práticas convencionais do sistema de produção da cana-de-açúcar e o uso de processos altamente mecanizados elevam a compactação do solo, acarretando diversos prejuízos no desenvolvimento da cultura e refletindo em baixa produtividade. Também afetam os principais processos biogeoquímicos que regulam o destino do carbono e do nitrogênio, aumentando as emissões de gases de efeito estufa (GEE), que podem estar associados ao aquecimento global. O preparo profundo do solo em faixas com controle de tráfego, principalmente quando acompanhado de doses adequadas de calcário, pode ser uma alternativa na redução dos fluxos dos principais GEE (CO2, CH4 e N2O) emitidos pela agricultura. Contudo, pouco se sabe sobre como essa técnica pode alterar os fluxos destes gases no sistema solo-atmosfera a longo prazo, bem como seus efeitos residuais na compactação do solo. Foram avaliados em solo de textura média, utilizando-se o delineamento experimental em blocos casualizados, com quatro repetições, os seguintes tratamentos: Preparo Convencional (PC) sem e com calcário em área total e Preparo Profundo em faixas (PP) sem e com calcário na linha de plantio no segundo ano da cultura. Os dados foram submetidos à análise de variância (p≤0,05) e comparados pelo teste LSD (p≤0,05). Observou-se maiores fluxos acumulados de CO2 em PP com e de N2O nos manejos sem calcário, enquanto que para o CH4 não se obteve diferenças, o qual atuou como fonte deste gás, porém com valores próximos a zero. O manejo PC com apresentou a maior emissão relativa de C equivalente (ERC) e alta produtividade, enquanto PP com obteve menor ERC, alta produtividade e maior estoque de carbono no solo em relação aos manejos convencionais. As maiores médias de resistência à penetração do solo (RP) nas zonas de cultivos foram observadas nos manejos PP, com valores restritivos para PP sem a partir das camadas 0,1-0,2 m e PP com a 0,3-0,4 m. Em transepto, observou-se que a compactação foi mais atenuada em PC com, onde o mesmo não foi verificado para PP com. O preparo profundo mostrou uma tendência mais rápida e robusta para a compactação ao longo do perfil a partir do segundo ano de cultivo da cana-de-açúcar. A utilização do manejo preparo profundo em faixas aliada a prática da calagem localizada se mostrou promissor para mitigação das emissões relativas de GEE, no armazenamento de C no solo e na produtividade de colmos em área de cana-de-açúcar de primeiro corte. É válido que mais pesquisas precisam ser realizadas para uma avaliação completa nos anos seguintes, principalmente com relação à compactação do solo, por se tratar de uma cultura com ciclo longo, podendo atingir entre 5 a 7 anos, em que diferentes atividades para o manejo da cultura que afetam as propriedades físicas do solo e os fluxos de GEE são realizadas todos os anos.