Impacto da eferocitose de células infectadas pelo Zika vírus na ativação de células dendríticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Avelar, Matheus Rossi [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191571
Resumo: Estudos recentes demonstram que a eferocitose de células apoptóticas infectadas por células dendríticas (CD) resulta na ativação de clones de linfócitos T CD4+ autorreativos e o desenvolvimento de doenças autoimunes. O processamento e apresentação de peptídeos próprios oriundos das células apoptóticas via MHC, associado a presença do patógeno, permite a indução de um fenótipo imunogênico nessas CD, e, portanto, propiciando o ambiente favorável para ativação de clones autorreativos. A infecção pelo vírus Zika (ZIKV) vem sendo amplamente estudada devido às complicações neuronais no desenvolvimento fetal e em adultos, como a microcefalia e síndrome de Guillain-Barré, respectivamente. Considerando que a infecção pelo ZIKV induz intensa morte celular por apoptose em diferentes tipos celulares, a hipótese deste estudo fundamenta-se que a fagocitose de células apoptóticas infectadas pelo ZIKV levaria a ativação de CD com um perfil imunogênico. Para investigar o efeito da eferocitose na ativação de células dendríticas, inicialmente duas cepas viras e diferentes linhagens celulares foram testadas para obtenção de células infectadas por ZIKV. O potencial de infecção das cepas virais ZIKV PE243 (linhagem asiática isolada no Brasil) e ZIKV MR766 (linhagem africana isolada em Uganda) foram testadas utilizando cinco linhagens celulares: HaCaT, A549, Huh7.5, C6 e SH-SY5Y. As linhagens HaCaT, A549 e C6 apresentaram baixa infectividade, enquanto as linhagens Huh7.5 e SH-SY5Y mostraram alta taxa de infecção pela cepa ZIKV PE234. A eferocitose de células Huh7.5 infectadas pelo ZIKV não foi capaz de induzir um aumento na expressão de moléculas de MHC-II em células dendríticas derivadas de medula óssea (BMDC) e apresentou uma produção mista de Il-6 e IL-10, sugerindo um perfil não definido. No entanto, a eferocitose de células da linhagem neuronal SH-SY5Y infectadas pelo ZIKV levou ao aumento na expressão das moléculas CD86 e MHC-II nas BMDC, além de uma maior produção das citocinas IL-1β, IL-6 e TGF-β quando comparada ao controle de células SH-SY5Y não infectadas. Esse perfil de BMDC e de citocinas inflamatórias após a eferocitose de SH-SY5Y infectadas pelo ZIKV reforça nossa hipótese inicial, ou seja, que apresenta potencial para ativar células T autorreativas. No entanto, novos experimentos utilizando células T isoladas de animais transgênicos OT-II serão necessários para confirmar essa hipótese.