Considerações sobre o pensamento político de Hannah Arendt e o pensar do negro no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Osvaldo José da [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/153884
Resumo: Esta dissertação trata as considerações do pensamento político de Hannah Arendt e o pensar do negro no Brasil, compreendido a partir de cientistas sociais negros brasileiros. Há fortes indícios que a compreensão do pensamento político de Arendt constitui peça-chave na modernidade para o entendimento da construção do ódio racial. A forma como a autora descreve a construção do fenômeno totalitário na política, é um viés plural de possibilidades para o entendimento da gênese do racismo moderno. A liberdade como compreensão política da experiência humana, inaugurada na dimensão da natalidade, revela, quando posta em cheque, contra a população negra, o grande compromisso da vontade humana instituída nas lutas de libertação e nos movimentos sociais advindos daí. Por sua vez, o reconhecimento do pensar na dimensão afro-brasileira representa um pressuposto original na construção de valores inerentes à condição humana da representação política, exercício este de cidadania na busca do consenso quanto à superação do ódio racial construído, bem como na desconstrução de formas hegemônicas de dominação cultural, política e econômica contra a população negra. A escolha de lastrear a pesquisa com a cientista política Hannah Arendt possui como fundamento o objeto do estudo histórico e ideológico. Não prescinde, por sua vez, da contribuição e da força ideológica das mulheres negras, que com o olhar crítico ultrapassa a zona de conforto da naturalização do preconceito racial contra a população negra e, impulsiona a busca de outros parâmetros. O fenômeno da escravidão racial contra a população negra africana e brasileira construído desde o século XVI tem como decorrência o preconceito racial contra os negros brasileiros na era moderna. Este mesmo fenômeno a ser superado, demonstra estar na base da exclusão política, econômica e social contra a população negra e, poderá ser revertido por meio de ações políticas a partir da identidade negra e do reconhecimento de cidadania.