Projetos de vida de jovens encarcerados e a sua percepção sobre o papel da educação no desenvolvimento de seus projetos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santos, Paula Toledo Lara dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/218989
Resumo: Projetos de vida podem ser definidos como formas de expressão da humanidade que envolve possibilidades, escolhas e atribuição de sentido à existência individual. Neste sentido, podem ser compreendidos como um direito humano na medida em que se relacionam com o desenvolvimento pleno do ser humano e o direito de planejar sua vida. Neste estudo, os projetos de vida são definidos a partir do trabalho de Damon (2006); Klein e Arantes (2016); Velho (1981) e Machado (2000). O universo de investigação desta pesquisa são as pessoas encarceradas, sujeitos de direitos que, no entanto, são submetidos a condições que revelam graves violações de direitos humanos, dentre elas o acesso à educação e à atividade laboral, que poderiam favorecer a ressocialização no período pós-cárcere. A educação é um processo relevante para a identificação e consecução de projetos de vida, uma vez que amplia o universo de possibilidades das pessoas trazendo novos conhecimentos e experiências. A relevância dos projetos de vida em sua dimensão educativa vem ganhando reconhecimento no Brasil – um exemplo é a adoção destes projetos como eixo central do Ensino Médio. Esta pesquisa problematiza os projetos de vida de jovens encarcerados, entendendo que nesta etapa da vida tais projetos adquirem especial relevância, uma vez que possibilitam a projeção do futuro por meio da identificação de metas com significado para a existência de cada um. O objetivo do presente trabalho consiste em investigar qual a percepção que jovens encarcerados têm sobre o papel da educação na identificação de seus projetos de vida. Para isto, foi desenvolvida uma pesquisa de campo na Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (APAC). A abordagem do problema é qualitativa, privilegiando a relação entre o mundo objetivo e a percepção subjetiva dos participantes. Trata-se de uma pesquisa exploratória, realizada por meio de entrevistas semiestruturadas com 11 jovens com idade entre 18 e 29 anos. Os dados são tratados por meio da análise de conteúdo, utilizando-se a modalidade frequencial e a categorização das respostas. Os resultados apontam que a maioria dos jovens entrevistados não terminou a escola quando estavam em liberdade e frequentam ou frequentaram a escola da APAC. Quando questionado se consideram possuir projetos de vida e metas que o norteiam, a maioria dos jovens respondeu positivamente. Os dados mostram que a maioria dos jovens encarcerados têm como projeto de vida alcançar a liberdade, ter uma casa, um emprego e uma relação familiar estável. O estudo é visto como um meio para alcançar este fim. A conclusão é de que esta população sofre uma violação de direitos no que se refere tanto ao acesso à educação quanto à possibilidade de desenvolvimento de um projeto de vida.