Modelo de trapa estrutural em carbonatos fraturados com falhas selantes: exemplo da Formação Irati em Saltinho - SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Riffel, Saul Hartmann
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/194213
Resumo: Estudos estruturais realizados em rochas da Formação Irati permitiram a caracterização do controle das falhas e das fraturas na acumulação de hidrocarbonetos. A Mineração Amaral Machado está localizada na região de Saltinho - SP, onde é explorado o calcário dolomítico em uma camada homogênea de cerca de 3 metros de espessura, recoberta por folhelhos ricos em matéria orgânica e intercalados com camadas centimétricas de calcários e de silexitos. A estrutura local é representada por bancos de calcário falhados, formando dois blocos abatidos para SW, desnivelados por zonas de falhas normais de rejeito de mergulho bem acentuado, isoladas ou anastomosadas em arranjo multi-nucleado, com falhas paralelas a subparalelas, com rejeitos entre 3m (primeiro conjunto de falhas) e 10m (estimado pelo desnivelamento do banco calcário, não aflorante). As zonas de falhas se organizam nos limites dos blocos deslocados e as zonas de dano alcançam entre 1,5m a 0,5m de largura, nas quais são reconhecidos dúplexes distensivos, horstes e grábens alternados, zonas brechadas, leques distensivos, entre outras feições nas mais variadas escalas, desde centimétricas até métricas. Zonas brechadas ocorrem em contatos ora bruscos ora irregulares, balizados por rochas afaníticas pretas, foliadas, que não permitiram a passagem do óleo, servindo de selantes. Nas camadas heterolíticas, devido à plasticidade dos folhelhos, ocorrem dobras de arrasto associadas aos planos de falhas, indicando também o sentido de movimento nos planos de falha. Nos carbonatos, as falhas são representadas por contatos bruscos entre as camadas. As zonas de fraturas no banco principal de calcário apresentam juntas com mergulhos mais altos que as falhas, são abertas preenchidas com calcita ou com sinais de dissolução e de precipitação (drusas de calcita) e, como feição de destaque, apresentam forte exsudação de petróleo ao longo de seus planos. As falhas têm orientação preferencial NW-SE, cujas zonas principais mergulham 60o para SW, acompanhadas de feições antitéticas inclinadas 70º para NE. As juntas com indicação de abertura e forte exsudação têm também orientação preferencial NW-SE, subverticais. Em termos regionais, as zonas de falhas estão associadas aos altos e baixos estruturais reconhecidos na região, servindo de limite para o Horste de Pau D’Alho e a estrutura de Jibóia, estruturas estas associadas ao chamado Lineamento Tietê. O conjunto de falhas normais e de juntas abertas indica sistema local distensivo, com projeção do eixo mínimo de paleotensões em NE-SW, sub-horizontal. O quadro reconhecido representa interessante objeto de investigação do ponto de vista das fraturas como vias de migração de hidrocarbonetos e do material da zona de falha servindo de selante, aprisionando o óleo na camada de calcário confinada no bloco alto, definindo modelo de trapa estrutural.