Gênero e famílias: entre mudanças e permanências

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Julião, Helena Vicentini
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/216868
Resumo: Gênero e Famílias: entre mudanças e permanências se desenvolve em meio a conjuntura política, social e econômica do Brasil contemporâneo, estruturado pelos pilares do capital, da opressão, da violência e da desigualdade; em uma sociedade omissa e hierarquizada que nega a diversidade, impõe padrões e estigmatiza sujeitos. São vastas as discussões sobre quais espaços “ser mulheres” as permitem ocupar, mas, o presente estudo se debruça sobre as relações de gênero e família, na intersecção com o contexto sócio jurídico brasileiro. Assim, tem como objetivo compreender como se estabelecem as relações de gênero nas famílias contemporâneas, diante aos limites estabelecidos pela naturalização de estereótipos e papéis sociais determinados pela estrutura do sistema vigente. Fato é que, o sistema capitalista, em sua gênese, demanda um modelo cisgênero, monogâmico e heterossexual, perpetuando a desigualdade e os princípios da hierarquia e da separação. Dessa forma, até hoje, espera-se que as mulheres ofereçam mão de obra não remunerada aos homens, contribuindo voluntariamente para criação dos filhos e na manutenção do âmbito doméstico, além de ser exploradas sexualmente. Há imposição biológica nas relações familiares: a necessidade de procriação é evidente. Além disso, a valorização diferenciada e desigual dos afetos, da sexualidade e dos arranjos práticos leva ao debate sobre a conformação de padrões familiares excludentes que, como consequência, marcam presença nas leis e nas políticas públicas. Em termos teóricos e metodológicos, em uma perspectiva interdisciplinar, adotou-se o método materialista histórico dialético, o qual forneceu os subsídios necessários para uma interpretação dinâmica e totalizante da realidade. Não obstante, a construção de conhecimento sustentada na produção intelectual marxista coloca-se, sobretudo, a serviço de um projeto social promotor de uma nova sociabilidade, envolvendo também uma questão ético-política. Por esse caminho, a presente Dissertação se estrutura em dois capítulos. O primeiro - para além do rosa e azul – é a base, dedicado à análise e compreensão das relações de gênero, haja vista que é primordial perceber como elas se estruturam no cenário da sociedade contemporânea, que além capitalista, racista, cis-hetero- patriarcal, vivencia um período de grandes retrocessos, permeados pela ideologia neoconservadora. O segundo - gênero e famílias: entre avanços e retrocessos -, conta com recorte mais específico, constituído pelas discussões que envolvem o direcionamento da temática às famílias, às suas mudanças e permanências.