Epidemiologia molecular e estudo dos fatores de virulência de Staphylococcus aureus resistentes à oxacilina isolados de feridas em pacientes atendidos em unidades básicas de saúde da cidade de Botucatu

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Franchi, Eliane Patricia Lino Pereira [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/136307
Resumo: Diante da importância de S. aureus resistente à meticilina (Methicillin-resistant Staphylococcus aureus - MRSA) em feridas, este estudo objetivou estudar a prevalência, fatores de risco e epidemiologia molecular de S. aureus coletados de feridas e narinas de pacientes atendidos nas 17 Unidades Básicas de Saúde do município de Botucatu-SP, Brasil. Após a identificação dos isolados de S. aureus, foram realizados: teste de susceptibilidade à 13 drogas antimicrobianas, identificação do gene de resistência (mecA) e dos genes codificadores da Leucocidina PantonValentine- PVL (pvl), enterotoxinas A-E (sea, seb, sec, sed, e see), hemolisinas α, β e δ (hla, hlb e hld), esfoliatinas A, B e D (eta, etb e etd), biofilme (icaAD) e Toxina-1 da Sindrome do choque tóxico – TSST-1 (tst); tipagem molecular por Pulsed-Field Gel Eletroforese (PFGE), Multilocus sequence typing (MLST) e spa typing. Foram incluídos 171 pacientes, dos quais foram isolados 119 S. aureus. Amostras nasais foram coletadas apenas em 74 pacientes do total estudado. A prevalência de S. aureus e MRSA foi de 51,5% e 8,7%, respectivamente. No geral foram isolados 101 MSSA de 73 pacientes, destes 98 foram isolados de feridas e 21 de narinas; e 18 MRSA de 15 pacientes, sendo 4 isolados de narinas e 14 de feridas, com 6 MRSA com SCCmec tipo II e 12 com SCCmec tipo IV. Os isolados mostraram alto nível de resistencia a penicilina (85%), seguido pela eritromicina (27%), gentamicina (12%), clindamicina (11%), e levofloxacina (6%). Não houve resistência ao sulfametoxazol/trimetoprim, ácido fusídico, tigeciclina, quinupristina/dalfopristina e linezolida. A pesquisa por genes de virulência nos 119 isolados de S. aureus sensíveis e resistentes demonstrou que 42% possuem genes para enterotoxina A, 11% para enterotoxina B, 26% para enterotoxina C e 0,8% para enterotoxina D, 100% para o gene icaA, 95,8% para o gene icaD, 97,5% para o gene da hemolisina alfa, 65% para hemolisina beta, 95% para hemolisina delta, 4,2% para TSST-1 e 2,5% para o gene da PVL. Houve associação entre a presença de S. aureus nas narinas a nas feridas (p<0,01), o mesmo ocorreu para MRSA (p<0,01). A análise multivariada para S. aureus, demonstrou associação negativa com idade (OR: 0,94, IC95%: 0,90-0,98, p<0,01), uso de amoxicilina (OR: 0,16, IC95%: 0,04-0,60, p<0,01) e de ciprofloxacina (OR: 0,28, IC95%: 0,08-0,98, p=0,04). Por outro lado, observou-se associação positiva com uso de benzilpenicilina (OR:3,81, IC95%:1,23-11,82, p=0,02). Houve a formação de oito clusters, com predominância de MSSA que apresentaram as STs: 5, 30, 188, 1635 e spa t002. Os 18 MRSA foram caracterizados pelos STs: 5, 8 e 1176 e pelos spas t002, t008 e t062. Foram isoladas linhagens semelhantes aos clones internacionais USA300, USA500 e USA800. Nossos resultados demonstram a presença de clones importantes de MRSA resistentes e virulentos em pacientes atendidos nas diferentes UBSs estudadas.