Prevalência de síndrome de burnout e associação com fatores relacionados ao trabalho em médicos anestesiologistas brasileiros
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://hdl.handle.net/11449/253523 http://lattes.cnpq.br/6093109443817465 https://orcid.org/0000-0001-6563-853X |
Resumo: | Introdução e objetivos: Existe uma elevada prevalência de burnout entre os anestesiologistas. Dados apoiam que esta condição pode afetar a saúde mental dos médicos e a segurança dos procedimentos durante a prática clínica da anestesia. Apesar disto, temos conhecimento limitado sobre os fatores do local de trabalho associados ao burnout em anestesiologistas e falta de estudos de intervenção direcionados a fatores ambientais. Métodos: Estudo transversal com anestesiologistas brasileiros para conhecer os fatores do local de trabalho relacionados à síndrome de burnout e seus componentes (taxa de resposta 973/11.419; 8,52%). A pesquisa incluiu características basais da amostra, um escore “Pontuação de Dificuldade no Trabalho” e o Maslach Burnout Inventory (versão Human Services Survey for Medical Personnel). Resultados: A prevalência de burnout foi de 7,2%, de exaustão emocional alta 28%, de despersonalização alta 10,9% e de baixa realização pessoal 17,8%. Burnout se relacionou à desgaste de relações interpessoais (RP 3,05, 1,64-5,68, p= 0,00), não se sentir respeitado no trabalho (RP 2,45, 1,37-4,40, p= 0,00) e pontuar na "pontuação de dificuldade no trabalho" (RP 1,26, 1,16- 1,37, p = 0,00). Exaustão emocional relacionou-se à pressão por produtividade (RP 1,34, 1,01-1,78, p= 0,46), trabalhar doente por falta de substituto (RP 1,67, 1,22-2,30, p= 0,00), ter sofrido assédio moral no trabalho (RP 1,54, 1,15-2,05, p= 0,00), desgaste de relações interpessoais (RP 2,09, 1,55-2,84, p= 0,00), conflito de valores (RP 1,42, 1,05-1,92, p= 0,02), manejar vias aéreas de pacientes durante a pandemia de covid-19 (RP 1,52, 1,06-2,18, p= 0,02) e pontuar na “pontuação de dificuldade no trabalho” (RP 1,15, 1,10-1,2, p= 0,00). Despersonalização relacionou-se a desgaste de relações interpessoais (RP 2,30, 1,41-3,78, p= 0,00), não se sentir respeitado no trabalho (RP 1,87, 1,16-3,02, p= 0,01) e pontuar na "pontuação de dificuldade no trabalho" (RP 1,21, 1,13- 1,29, p = 0,00). A baixa realização pessoal relacionou-se com não ter acesso a decisões que afetam o local de trabalho (RP 1,27, 1,02-1,57, p= 0,02), pontuar na “pontuação de dificuldade no trabalho” (RP 1,26, 1,16-1,37, p= 0,00) e trabalhar de forma mista em hospitais públicos e privados (RP 0,78, 0,62-0,98, p = 0,03). Conclusão: Existem vários fatores no local de trabalho que afetam os escores de burnout em anestesiologistas. É possível desenhar intervenções direcionadas a esta população a partir dos fatores levantados visando a cada um dos componentes do burnout separadamente ou à síndrome como um todo. |