O papel das espécies raras na ictiofauna de riachos tropicais em diferentes condições de florestas e escalas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Bordignon, Carolina Rodrigues [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/150554
Resumo: Devido a suas menores abundâncias e/ou apresentarem uma estreita distribuição geográfica, as espécies raras são mais suscetíveis à extinção na ocorrência de eventos estocásticos ou antropogênicos. Elas também podem conter atributos funcionais únicos, associados à realização de papéis importantes para o ecossistema. O desmatamento crescente, principal causa de perda de habitat em riachos, pode levar a um processo de perda de espécies, especialmente das mais raras. Assim, é de suma importância investigar como essas espécies podem responder a diferentes cenários de degradação ambiental e a consequência da perda dessas espécies para comunidades e ecossistemas. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi avaliar se a perda de espécies raras influencia a diversidade funcional em comunidades de peixes de riachos florestados e desmatados, em escalas de microbacia e de buffer ripário. Para atingir esse objetivo, foram delimitados quatro grupos de riachos da bacia do rio Machado: FLORESTADO microbacia, FLORESTADO buffer, DESMATADO microbacia e DESMATADO buffer. Para cada grupo, nós usamos 14 riachos, contabilizando uma riqueza total de 97 espécies. As espécies raras foram definidas de acordo com dois critérios: aquelas com abundância menor ou igual a cinco indivíduos dentro de cada grupo de riachos (Rab) ou aquelas com cinco ou menos ocorrências dentro de cada grupo de riachos (Roc). Então, foram utilizados seis atributos ecomorfológicos para calcular a diversidade funcional em cada grupo através o índice FD (Functional Diversity). Posteriormente foi calculada a contribuição de cada espécie para a diversidade funcional das comunidades, para as escalas de microbacia e buffer ripário. A contribuição funcional das espécies raras (Rab e Roc) foi comparada com a contribuição funcional das comuns para cada grupo de riachos e escala analisada. Também foi comparada a contribuição funcional das espécies raras nos ambientes desmatados em relação às raras nos florestados. A contribuição funcional das espécies raras foi significativamente maior do que a das comuns para os riachos desmatados e não houve diferença para os florestados. Quando consideradas apenas as espécies raras, a contribuição funcional foi maior nos riachos desmatados em relação aos florestados. Esse resultado pode estar relacionado com o desmatamento recente da região, onde os riachos desmatados ainda abrigam uma fauna residual de espécies sensíveis, representadas pelas espécies raras com atributos funcionais distintos das espécies comuns. Os riachos florestados apresentam maior heterogeneidade de habitat, propiciando a formação de mesohabitats e ocorrência de espécies com diferentes demandas ecológicas. Portanto, os riachos já florestados devem ser conservados como meio de assegurar a diversidade biológica e o funcionamento do ecossistema. Além disso, esforços devem ser dirigidos à recuperação de áreas desmatadas, como forma de melhorar a qualidade desses ambientes e também proporcionar a ocorrência de mais espécies com atributos funcionais distintos.