Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Marco Aurelio Barsanelli de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/242346
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Resumo: |
Lançada em 2008, a obra The Other Hand, de autoria do britânico Chris Cleave, tem como protagonista Pequena Abelha, uma garota negra nigeriana que, fugindo de uma realidade de medo e violência em sua terra natal, busca refúgio na Inglaterra após a destruição de seu vilarejo e o assassinato de sua irmã. Cleave, assim, deseja representar o olhar de uma garota africana em sua luta por sobrevivência e adaptação à nova realidade. O trabalho aqui apresentado tem como objetivo investigar a maneira como Cleave, um homem branco e europeu, representa uma garota negra africana, a visão sobre a sociedade inglesa, a relação com outros refugiados e o convívio com a família de Sarah, uma mulher branca britânica. Para nossas análises, utilizamos os escritos de autoras/es como Gambarato (2005), Foucault (1998), Compagnon (2012) e Olney (1980), entre outros, para estabelecermos uma visão acerca da representação, enquanto processo e produto, que abarque nossas análises do romance de Cleave. Atentamos também para as ideias de Hall (2002, 2003, 2003, 2016), Spivak (2010), Nigro (2017) e Butler (1993, 2016), para citar alguns, acerca dos liames entre representação, poder e gênero. Apresentamos, ainda, uma breve explanação acerca da exploração colonial no continente africano, a partir das considerações de Chagastelles (2008), Matera, Bastian e Kent (2012), Mbembe (2018), Lynch (2012) e Nwosu (1992), e outros. As ideias pós-coloniais e o pensamento decolonial são discutidos por meio das concepções de Said (2001), Spivak (2010), Quijano (1992, 2008), Castro-Gómez (2008), Walter Mignolo (2008) e Catherine Walsh (2008, 2009), de modo a compreendermos como as percepções dos povos anteriormente colonizados moldam a apreensão desses indivíduos sobre a sociedade contemporânea e os permite agir contra os meios de exploração e dominação. Por fim, os escritos de Muraro (1989), Garcia (2015) e Priore (2013) nos proporcionam um panorama histório-social sobre a situação da mulher e o movimento feminista, enquanto hooks (1990, 2019), Crenshaw (1991), Davis (2016) e Collins (2019) voltam seus olhares para os problemas e lutas do feminismo negro. Os autores e autoras elencados fornecem uma sólida base crítica e teórica a partir da qual compreendemos como as relações coloniais continuam inseridas no romance de Cleave. Apesar de oferecer um bom trabalho ao criticar a sociedade britânica e retratar os refugiados, notamos a presença de variados elementos que reforçam papeis de gênero tradicionalmente atribuídos pelo pensamento patriarcal, além da perpetuação de mitos raciais que desabonam o indivíduo negro, principalmente o feminino. Nosso estudo reforça a presença autoral no texto literário ao entrever, na representação criada por Cleave de uma refugiada negra africana, elementos que conservam a mentalidade hegemônica e patriarcal, na qual o pensamento colonizador permanece como artifício de dominação do sujeito colonizado. |