Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Nero, Patrícia Helena |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-02052018-114514/
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Resumo: |
Por muitos anos a língua inglesa se faz presente como língua de prestígio. Sua expansão no século XXI e, sobretudo, sua entrada em vários canais midiáticos nos últimos anos chamam a atenção de vários estudiosos em pesquisas que procuram discutir as implicações políticas e sociais da transparência linguística cujos objetivos principais são facilitar a globalização e oferecer melhores oportunidades para uma sociedade chamada global. Porém, na posição de pesquisadores em análise do discurso, não podemos ignorar o fato de que onde quer que haja qualquer elemento discursivo, há historicidade e sentidos silenciosamente escondidos em meio ao óbvio (PÊCHEUX, 1975; 1983). Observando tais considerações, temos como objetivo analisar as representações que emergem no discurso (verbal e não verbal) nos sites das editoras Pearson e Cengage para divulgação de seus materiais didáticos e plataformas de ensino para aprendizagem de inglês. Em nossa pesquisa, ambas as editoras, a inglesa e a norte-americana, parecem apresentar nas suas páginas virtuais resquícios linguísticos presentes em uma historicidade que evoca seu passado colonial de nação dominadora e imperialista até hoje (PHILLIPSON, 1992; 2000). Voltando-nos aos anos coloniais e pós-coloniais, seguindo a expansão do inglês como língua dominante, analisamos a historicidade verbal e não verbal nos discursos dessas editoras. Sustentados pela teoria pecheutiana (PÊCHEUX, [1983] 2012, p. 43) que aponta para sentidos estranhos à univocidade lógica, para além de sua transparência aparente, e valendo-nos de contribuições de Courtine (1981; 2008) e Lagazzi (2010; 2011) quanto aos efeitos de sentido que emergem no discurso não verbal, suspeitamos que nosso recorte discursivo ainda promove políticas colonizadoras (PENNYCOOK, 1998) enquanto divulga o inglês como língua globalizada e de prestígio neste século. Estudos de Heller reforçam nossa suspeita de que entre as últimas críticas sobre a globalização estão aquelas sobre o uso do inglês por corporações britânicas e norte-americanas com o intuito de expandir mercados e criar consumidores (2010, p. 105). Em outras palavras, por meio da aprendizagem da língua e sob o pretexto da ajuda humanitária a povos à margem, os sites da Pearson e da Cengage Learning induzem seus visitantes virtuais a acreditar que são elas as empresas capazes de ajudar as nações in need para promover melhores perspectivas econômicas. Na verdade, parecem insistir subrepticiamente em manter o status quo político-economicamente determinado pelas ideologias soberanas. |