Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Alves, Camila Gonçalves [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/258586
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Resumo: |
Introdução: A infeção pelo vírus HIV se torna uma condição crônica, afetando o sistema imunológico e, nos casos não controlados, aumenta a vulnerabilidade a doenças oportunistas, e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). No cenário da pandemia da covid-19, a literatura é bastante divergente quanto ao prognóstico desta infecção nesta população, quanto aos fatores de risco para desenvolvimento de condições pós-covid e em relação ao seu impacto na qualidade de vida das pessoas que vivem com o HIV (PVH). Objetivos: Avaliar em PVH sintomáticas e assintomáticas, desfechos de SRAG por SARS-CoV-2 ou outros vírus respiratórios, bem como incidência e caracterização da condição pós-covid nesta população e seu impacto na qualidade de vida. Métodos: Estudo observacional, transversal, com um braço retrospectivo e outro prospectivo, que incluiu 221 PVH adultas, residentes em Botucatu/SP, e que apresentaram sintomas respiratórios sugestivos de covid-19 no período de 2020 a 2023. Foram utilizadas as informações notificadas no E-sus (casos leves) e Sivep-gripe (hospitalizados por SRAG). Para análise das condições pós-covid, questionários foram aplicados por telefone após consentimento do participante. Na análise estatística, foram utilizados os testes de qui-quadrado, teste t, binomial negativa e regressão logística. Resultados: A idade média em geral dos participantes foi de 43,1 (±12,9) anos, e 66,5% eram do sexo masculino. O tempo médio de infecção por HIV foi de cerca de 10 anos, e apenas oito pessoas não estavam em uso de TARV no momento da inclusão. Aproximadamente metade dos incluídos testaram positivo para SARS-CoV-2 (n=102), sendo que seis deles foram hospitalizados, e dois foram a óbito. Já entre o grupo que testou negativo para SARS-CoV-2 (n=119), 12 foram hospitalizados e nenhum veio a óbito. Casos leves de covid-19 apresentaram maior frequência de mialgia e distúrbios gustativos, do que o grupo não-covid, e a sintomatologia para os casos graves não diferiu entre os grupos. Foi observada alta frequência de tabagistas entre os participantes do estudo e, na análise dos exames bioquímicos antes e depois da ocorrência do quadro agudo da covid-19, observou-se apenas elevação significativa nos níveis de CPK. Além disso, foi identificado que a idade avançada está associada a um maior risco de óbito relacionado à covid-19, e a ausência de terapia antirretroviral, menores contagens de linfócitos T CD4+ e menor nadir de TCD4+ foram associados aos casos moderados/graves da doença. Dezessete participantes do grupo covid-19 (34%) relataram condições pós-covid, sendo, o sexo feminino, o único fator de risco encontrado para a ocorrência desta condição. As queixas mais comuns relacionadas as condições pós-covid foram cansaço exacerbado, memória prejudicada, tosse recorrente e sintomas de ansiedade e depressão, sendo que 15,8% dos participantes aumentaram o grau de dependência de terceiros para realização de atividades cotidianas, e o score na qualidade de vida piorou em 25%. Conclusão: Apesar de incidência semelhante no número de infecções, bem como no número de internações, a covid-19, quando comparada a outras infecções virais, mostrou maior letalidade nas PVH. Estar sob TARV e ter altas contagens e nadir de TCD4+ foram fatores associados ao melhor prognóstico. Condições pós-covid ocorreram em 1/3 das PVH, e refletiu em substancial piora na qualidade de vida. O único fator de risco associado foi ser do sexo feminino. São necessárias e urgentes recomendações de intervenções que promovam melhorias na saúde física e mental desta população. |