Ilhas de calor em Sinop-MT: análise das características térmicas em conjunto com os aspectos socioeconômicos e ambientais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Araújo, Luis Flávio de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/213831
Resumo: A materialização das relações sociais no espaço, resulta em formas que tendem a alterar as propriedades físicas da área e consequentemente a paisagem. Estas alterações podem ser sazonais ou permanentes e deixam marcas no sistema ambiental que se reorganiza e manifesta novos fenômenos, sobretudo nos elementos do clima local, dada a sua relação de proximidade com a superfície alterada. O espaço urbano, derivado da substituição da cobertura vegetal por novos materiais e usos, e a dinamicidade dada pelas atividades socioeconômicas do entorno rural, se apresentam como exemplos de transformações no espaço e na paisagem que podem resultar em alterações na componente climática da temperatura do ar na escala local. Nesse sentido, as cidades de pequeno e médio porte, sobretudo as associadas a produção agroexportadora, se tornam excelentes áreas de pesquisa para a verificação do impacto das atividades humanas – urbanas e rurais – nos mecanismos físicos da área em que se materializam. O presente trabalho teve como objetivo identificar e analisar as ilhas de calor atuantes em Sinop/MT, por meio da espacialização da temperatura do ar e das intensidades das ilhas de calor superficiais de acordo com os sistemas atmosféricos atuantes e estabelecendo relações com as características paisagísticas urbanas e do entorno rural. Para o atendimento da proposta, fez-se uso da contextualização da área de estudo e seus processos de formação e consolidação que contribuíram para a identificação de classes das propriedades da paisagem baseadas na proposta das Local Climate Zones – LCZ (STEWART, 2011); da espacialização e correlação da temperatura superficial em função dos sistemas atmosféricos atuantes e da sazonalidade da distribuição do Normalized Difference Vegetation Index – NDVI; da análise da variabilidade diária da ilha de calor atmosférica e sua relação com as condições do tempo; da espacialização da temperatura do ar e a sua correlação com as propriedades paisagísticas; e da análise das influências dos aspectos urbanos e geoambientais na alteração da temperatura do ar na escala local. Os resultados encontrados evidenciaram a produção e consolidação do espaço urbano e das atividades pautadas na produção de commodities orientadas por ações governamentais e privadas, que culminaram na intrínseca relação e estruturação da cidade voltada para a produção agrícola, possibilitando a formação de distintas paisagens urbanas e rurais que tendem a manifestar características térmicas diferenciadas. No que condiz às características da ilha de calor superficial, tem-se o padrão geral de maior aquecimento das áreas urbanas no período chuvoso e de produção agrícola, e posterior rearranjo das intensidades mais elevadas para as áreas destinadas aos cultivos, no período de estiagem e vazio sanitário, associadas a sazonal presença de solo exposto. Evidenciou-se também a predominância da fraca magnitude da ilha de calor atmosférica na presença de sistemas atmosféricos instáveis, enquanto os mecanismos de estabilidade possibilitaram a persistência e maior desenvolvimento – horário e mensal – das magnitudes média e forte. No tocante a espacialização da temperatura do ar e intensidade da ilha de calor atmosférica e sua relação com as propriedades paisagísticas, constatou-se a configuração das áreas características de LCZ A como as responsáveis por baixas intensidades e temperaturas, enquanto as LCZs 3, 3B, 6 e 8 – características das áreas construídas – se apresentaram mais aquecidas em relação à anterior; bem como a manifestação, por parte de porções da LCZ DF de valores semelhantes a LCZ 6. Por fim, verificou-se também a influência das propriedades e características da paisagem, dos elementos físicos, da organização espacial urbana e da interação da energia solar e materiais da superfície sobre a temperatura do ar, atingindo assim o objetivo proposto.