Um huron perfeito: presença francesa nas crônicas de Lima Barreto para a revista Careta (1915-1922)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Rodrigo Aparecido Ribeiro da [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/150277
Resumo: Esta dissertação visa analisar a presença francesa nas crônicas de Lima Barreto (1881-1922) publicadas na revista Careta no período de 1915 a 1922. Por meio de citações e alusões disseminadas nos textos, o escritor exibe o estreito contato, mantido ao longo de toda a sua carreira, com as referências culturais originárias da França, relativas não apenas à literatura como também à filosofia, à história e demais áreas de interesse para o cronista. A citação e a alusão são definidas como práticas intertextuais que põem o “outro” em evidência, apontando ao mesmo tempo para um exterior (o texto outro) e para um interior (o texto novo) em que os elementos de empréstimo passam a participar, revitalizados, da construção de sentidos. Em Lima Barreto, como procuramos demonstrar, as marcas francesas ganham uma funcionalidade mais ampla e mesmo mais empenhada quando associadas aos procedimentos próprios da sátira. Por meio da ironia, da paródia, do rebaixamento e outros recursos próprios do fazer satírico, o escritor discute os problemas de seu tempo, afirmando-se, por sua postura contestatória em relação ao sistema predominante de crenças e valores instituídos, como voz dissonante em sua época. Para o estudo, foram selecionadas sete crônicas, que recobrem o período de colaboração do escritor no periódico e remetem a obras de quatro autores franceses: Bossuet (1627-1704), Voltaire (1694-1778), Brillat-Savarin (1755-1826) e Baudelaire (1821-1867). Explicitados os aspectos históricos e literários do gênero crônica, a atuação de Lima Barreto na imprensa, com foco na colaboração para a Careta, e o suporte teórico baseado na sátira e no fenômeno da intertextualidade, procedemos à análise em dois capítulos, no esforço de demonstrar como os elementos tomados de empréstimo ao universo cultural francês e utilizados frequentemente com intenção satírica contribuem para operar sentidos e, com isso, enriquecer ainda mais o texto limabarretiano.