Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Augustini, Érica Rodrigues do Nascimento [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/202544
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Resumo: |
Dentre os estudos e pesquisas científicas acerca da Educação em Sexualidade estão àquelas ligadas à formação docente, inicial e continuada. Algumas iniciativas para a implantação da temática em programas governamentais foram assumidas, inclusive pelas instituições de ensino básico e superior, tanto no Brasil como em países da Europa e América Latina. Por ser um tema polêmico, sobretudo do ponto de vista moral, as dissidências sempre ocuparam um lugar de destaque nos mais diversos setores públicos e privados, dividindo opiniões e desvelando posicionamentos políticos, morais e religiosos. Ao se constituírem enquanto espaços de formação e produção científica, as instituições de ensino buscam aclarar tais discursos lançando luz sobre eles. No entanto, os atravessamentos inerentes das nossas relações humanas, por vezes, se coadunam com a objetividade do campo científico, dificultando a imersão profunda desta temática, amortizada pelas subjetividades, nomeadamente ao se tratar da sexualidade humana. Em consequência destes enlaces, as engrenagens dos sistemas da biopolítica se colocam em ação para perpetuar os dispositivos de poder que regulam os pensamentos e os corpos num processo que dificulta o auto-governo ou governo de si. Partindo de uma abordagem qualitativa, a presente pesquisa investigou as concepções, perspectivas e conhecimentos da equipe gestora e de estudantes do curso de Pedagogia de uma determinada instituição de ensino superior no tocante à disciplina obrigatória, inicialmente intitulada “Educação, Sexualidade, Diversidade e Relações de Gênero na Escola”, incluindo sua proposta e os conteúdos, e sobre como concebem a mudança da designação para “Diversidade Social e Cultural na Escola”. Configura-se, portanto, no estudo de caso como procedimento metodológico, viabilizado pela aplicação de questionário online, dentre outras dinâmicas, e uma entrevista com a equipe gestora da instituição. Partindo do teste piloto realizado com a primeira turma a obter a disciplina na grade curricular da formação inicial, foi possível refinar as estratégias para o desvelamento do objeto de estudo. Também foi adotado o protocolo de observação para complementar as análises e atribuir maior significado aos elementos da pesquisa. A análise dos dados consistiu no cruzamento entre as teorias pós-estruturalistas, documentos legais, na perspectiva dos estudos multiculturais e da análise do discurso. Diante do atual cenário político-ideológico e das repercussões, sobretudo, as midiáticas, testemunhou-se a propagação de discursos falaciosos e inverdades instaladoras e promotoras do pânico moral, bem como da histeria coletiva. Tais reações refletem a ausência de discussões qualitativas à luz de abordagens político-científicas, conforme se desvelou nesta pesquisa. Sem a pretensão de generalizar os resultados, eles reafirmaram a urgência em desmistificar sintagmas como a expressão “Ideologia de Gênero” e as contradições advindas da responsabilidade que compete ao âmbito público e ao privado. Investir na formação acadêmica consiste em qualificar as relações humanas e assegurar o processo democrático ao compreender que ele perpassa, necessariamente, pelo universo escolar, e que a Educação em Sexualidade como disciplina obrigatória pode contribuir para a abrangência desta diversidade. |