Sexualidade, gênero e diversidades no contexto de formação inicial de professores na Universidade Federal do Tocantins
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Tocantins
Porto Nacional |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geografia - PPGG
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
BR
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/11612/2027 |
Resumo: | Pensar sobre a sexualidade humana enquanto mola propulsora e categoria que permeia a vida desde o nascimento até o período de morte é algo que precisa ser abordado, de alguma forma e em algum momento, no processo de formação de professores. Nessa abordagem, pode-se associar à sexualidade as categorias gênero e as diversidades sexuais no sentido de compreender a construção histórica de cada uma e entendermos como e em que momento elas emergem no cenário social, em que o corpo humano sempre foi visto e utilizado como agente de repressão, posse e moeda de troca. O objetivo desta pesquisa é analisar como as categorias sexualidade, gênero e diversidades sexuais são abordadas nos cursos de licenciatura da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e documental e com abordagem qualitativa. Foi realizado um levantamento do conhecimento disponível sobre as categorias sexualidade, gênero e diversidades sexuais a fim de explicá-las e contextualizá-las no processo de formação de professores na UFT, seguido de um levantamento da visibilidade ou do ocultamento das categorias nos Projetos Pedagógicos dos Cursos de Licenciatura da UFT. Foram analisados 27 Projetos Pedagógicos de Curso (PPCs) das licenciaturas presenciais oferecidas pela UFT, aprovados entre os anos de 2009 e 2016 e em vigência. As categorias foram investigadas nos títulos, na ementa e nos objetivos das disciplinas, obrigatórias e optativas, nessa ordem. Dos 27 PPCs, apenas 10 ofertavam disciplinas, sendo 06 obrigatórias e 05 optativas. Conclui-se que: 1) em mais da metade dos PPCs analisados, as categorias são ocultadas ou invisíveis; 2) os professores que participaram da elaboração dos PPCs não conheciam o chão da escola e tampouco os documentos oficiais referentes à formação de professores; 3) apenas 0,74% do total de 1.479 disciplinas oferecidas em todos os PPCs analisados trazem as categorias, o que evidencia o ocultamento e o silenciamento nas licenciaturas da UFT. Desse ocultamento resulta a não abertura de concursos que privilegiasse estas categorias, o temor existente no contexto universitário, verificado nos currículos, em abordar questões associadas a essas categorias, pois abordar as categorias, no cenário da universidade pode trazer mal-estar a alguns professores, uma vez que podem agredi-los na sua forma de ―ser‖ e ―estar‖ no mundo, muitas vezes permeada de princípios religiosos ou de posturas e valores tradicionais. A universidade está sendo forçada pela sociedade e pelos movimentos sociais a enfrentar mudanças quando deveria, ela própria, provocar a sociedade com o conhecimento universal, a partir de uma inquietude que lhe deveria ser própria, pela dinâmica do conhecimento e do desvelamento do mundo. Mas o que se percebe a partir dessa pesquisa, é que as propostas de formação de professores acomodam e conformam os alunos, não ―causam‖ indignação, não provocam os alunos em situações de enfrentamento nem promovem o entendimento das questões aqui analisadas. Em suma, a universidade se acovarda diante de valores tradicionais e religiosos, se omite do enfrentamento por opção política e contribui para a manutenção de um sistema de educação que nada promove de mudanças nos munícipios ou estado. |