O horror cósmico e os monstros de Lovecraft: os mitos de Cthulhu traduzidos para o cinema do século XXI

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ribeiro, Emilio Soares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/157206
Resumo: O presente trabalho investiga como filmes lançados no século XXI traduzem o outro monstruoso de contos de H. P. Lovecraft que compõem os Mitos de Cthulhu. Primeiramente, o trabalho discute a adaptação fílmica em seu caráter tradutório, com ênfase nas mudanças pelas quais os sentidos passam ao serem representados em outras formas e por outra mídia. Pautado em teóricos como Julie Sanders (2006), Linda Hutcheon (2006), Thomas Leitch (2007) e Deborah Cartmell (2015), o estudo propõe um olhar sobre as adaptações fílmicas enquanto obras autônomas e produções que não se resumem a referendar os enredos literários. Em seguida, com base em autores como Botting (1996), Carroll (1990), Cohen (1996), Hutchings (2008), Messias (2016) e Punter e Byron (2004), traça-se um panorama da literatura e do cinema góticos a partir de uma discussão acerca da figura do monstro, ressaltando a importância de obras específicas para o desenvolvimento do estilo em cada década. Também analisam-se os Mitos de Cthulhu na obra de Lovecraft e discute-se como seus monstros se associam ao medo cósmico e a aspectos como o abjeto, o uncanny e o insólito. Por último, considerando a complexidade e performatividade do cinema e as associações que o intérprete mais fortemente é levado a fazer, analisa-se como os filmes O chamado de Cthulhu (2005), Cthulhu (2007) e Dagon: a seita do mar (2001) adaptam os contos “O chamado de Cthulhu” (1926) e “A sombra sobre Innsmouth” (1931), de Lovecraft. As análises mostram como as adaptações optam pela representação dos medos em face às manifestações monstruosas ou diante de ameaças à vida e à identidade. Em O chamado de Cthulhu (2005), as imagens são construídas de modo a excitar, no espectador, o medo vivido pelos personagens. A adaptação Cthulhu (2007) traduz o uncanny que caracteriza os efeitos das monstruosidades no protagonista em uma narrativa que se volta para a representação do medo diante das ameaças promovidas pelas tentativas de imposição de um padrão religioso e sexual. O filme Dagon (2001), por sua vez, é uma produção que enfoca na caracterização do medo do protagonista e na recusa de sua condição monstruosa.