Características de uso, qualidade de vida e satisfação com a tecnologia assistiva: um estudo com usuários de dispositivos de mobilidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Garcez, Letícia Vasconcelos Morais
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/243080
Resumo: Diversos são os fatores que influenciam na satisfação e na qualidade de vida dos usuários de dispositivos de Tecnologia Assistiva (TA). Ao nos referirmos aos Dispositivos de Mobilidade (DM) - bengalas, muletas, andadores, cadeiras de rodas, notam-se lacunas de investigação no campo do design a serem exploradas, como a dificuldade de uso, conforto e a falta de afinidade com a TA. Nesse sentido, a presente pesquisa teve por objetivo avaliar a satisfação com DM, compreendendo as consequências na qualidade de vida (QV), de acordo com a perspectiva do usuário no uso do equipamento para realização de suas AVDs. O estudo se caracteriza como transversal descritivo com abordagem quantitativa. Foram entrevistados 80 usuários de DM (pacientes atendidos em uma clínica escola e, por terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas). Utilizou-se três instrumentos para coleta de dados: questionário de caracterização de uso e avaliação da perspectiva sobre o dispositivo (elaborado pelo autor); questionário de avaliação da satisfação com a Tecnologia Assistiva (QUEST 2.0) e de qualidade de vida (WHOQoL). Diante dos resultados, constatou-se que usuários de bengala apresentam melhores níveis de QV e de satisfação com DM, enquanto os usuários de andador apresentam menores índices de QV e de satisfação com o dispositivo. Mais da metade da amostra está “Bastante satisfeito” com o DM, entretanto aspectos como “Estabilidade e segurança”, “Peso” e “Conforto” foram associados à insatisfação, o que sugere problemas ergonômicos do design dos dispositivos. Além disso, foram encontrados altos índices de insatisfação com os “Serviços de acompanhamento” e “Assistência Técnica”. Os participantes, apresentaram boa QV, entretanto, os domínios “Ambiente” e “Físico” têm médias mais baixas. As análises de correlação revelaram que algumas variáveis estabelecem interferência com maior intensidade sobre as outras, conforme o tipo de DM. Foi encontrada correlação positiva forte significativa para andador, entre frequência de uso e o domínio Físico de QV (rs=0,70, p=0,049), e para bengala, entre eficácia e satisfação média total (rs=0,70, p=0,027), ou seja, a perspectiva do usuário interfere na satisfação com a tecnologia ou na qualidade de vida, mostrando a importância de se ter equilíbrio entre as funções práticas, simbólicas e estéticas. Os participantes ainda apresentaram problemáticas com a “Falta de acessibilidade” e dificuldade ao realizarem AVDs, sendo que muitos utilizam adaptações e estratégias associadas ao uso do dispositivo, buscando melhorar sua independência funcional. O estudo contribui com diretrizes para correções nos DM, novos designs de TA e, para o processo de projeto, que refletem na satisfação. Além de ressaltar a relevância do acompanhamento de profissionais na rotina de uso do equipamento, melhorando a qualidade de vida dos usuários.