Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Sabbadini, Aline |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/190980
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Resumo: |
Devido ao fenômeno do envelhecimento populacional e a incerteza da existência de cuidadores para essa população nota-se um aumento na procura de Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), popularmente conhecidas como asilos. Essa pesquisa tem como objetivo analisar as experiências de perdas e lutos vividas pelos idosos asilados, partindo do pressuposto que a elaboração do luto não é apenas necessária quando há a morte concreta de um sujeito. A própria entrada no asilo acarreta uma série de perdas que precisam de elaboração, como o rompimento de vínculos com familiares e pessoas próximas, afastamento do mundo externo, perda da casa e de objetos, perda da autonomia, entre outras coisas. Entendemos que a fala é uma importante via para a elaboração desses lutos, tanto de mortes concretas como de mortes simbólicas. Para isso, recolhemos narrativas de oito residentes com idades entre 62 a 93 anos, de uma forma em que eles pudessem contar e recontar suas histórias quantas vezes fosse necessário, de modo a colocá-los como protagonistas da própria vida. Realizamos uma inserção semanal na instituição asilar ao longo de oito meses como forma de estabelecer a manutenção dos vínculos com os idosos e a possibilidade de estar junto deles e oferecer uma escuta adequada. Utilizamos a psicanálise como referencial metodológico a fim de averiguar os processos de luto enfrentados por essa população no contexto asilar. Ao oferecer uma escuta sensível pudemos descobrir enredos que tinham como protagonista o luto em suas diversas expressões, seja pela perda de pessoas significativas por morte ou por abandono, perda da autonomia e de condições de saúde física, além de outros relatos. O sentimento de desamparo permeou muitas narrativas. Também pudemos constatar que o processo de institucionalização pode intensificar as experiências de perdas anteriores. Isso acontece, principalmente, quando o sujeito não tem seu sofrimento legitimado e não possui um espaço em que possa falar sobre isso. Por outro lado, também há tramas permeadas pela capacidade de ressignificar experiências, apesar das limitações e exigências da instituição. Novos casais são formados, nos mostrando o aspecto desejante do sujeito, que não envelhece. A pesquisa aponta que é imprescindível criar possibilidades para o enfrentamento da condição asilar para esses idosos que residem e resistem nesse ambiente. Nos cabe ouvir e acolher as vozes e os silêncios que ecoam dentro dos muros da instituição. E fazer com que ressoem para fora desses muros, criando pontes. |