Efeitos da melatonina sobre o metabolismo energético e estresse oxidativo em duas linhagens de células de câncer de ovário (SKOV-3 e CAISMOV-24)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silveira, Henrique Spaulonci
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/255447
Resumo: O câncer de ovário (CO) é a segunda neoplasia ginecológica que mais afeta as mulheres e, por possuir sintomas genéricos, tem altas taxas de recorrência e rápida progressão. A proliferação celular descontrolada representa uma das principais características da doença neoplásica e, para tal, as células tumorais ajustam o seu metabolismo energético para promover o rápido crescimento e divisão celular; esse padrão metabólico é muito diferente daquele encontrado nas células saudáveis. A melatonina (Mel), é um hormônio produzido e secretado pela glândula pineal no período do escuro e, mais recentemente sua produção tem sido evidenciada nas mitocôndrias das células. No CO a concentração de Mel está bastante reduzida. Experimentos envolvendo modelos animais e cultura celular de CO já documentaram as propriedades antitumorais da Mel. Portanto, o objetivo do presente estudo foi avaliar a ação da terapia com Mel sobre o metabolismo energético e estresse oxidativo em células de carcinoma ovariano humano, linhagem SKOV-3 e CAISMOV-24. Os experimentos envolveram grupos controle, tratamento com Mel nas concentrações de 3,4 µM para SKOV-3 e 7 µM para CAIMOV-24 com base no cálculo da IC50, tratamento com Luzindole na concentração de 10-6 M para ambas as linhagens e Mel. Foram realizados os ensaios de citotoxicidade celular por MTT, e de migração e invasão com insertos. Para verificação dos efeitos sobre o metabolismo energético celular foram quantificadas as atividades de glicose-6 fosfato desidrogenase (G6PDH), fosfofrutoquinase 1 (PFK-1), complexo piruvato desidrogenase (PDH), citrato sintase (CS) e lactato desidrogenase (LDH). Também foram quantificados os níveis das proteínas HIF-1α, G6PDH, GAPDH e PDH por Western blot. A concentração de lactato foi analisada, por espectrofotometria, bem como a da glutamina. Em uma segunda abordagem, as enzimas ligadas ao estresse oxidativo como superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa peroxidase (GSH-Px), bem como as concentrações de glutationa reduzida (GSH) e oxidada (GSSG), foram investigadas por espectrofotometria. Também foram avaliados os perfis de moléculas de sinalização celular envolvidas com agressividade tumoral através de ensaio multiplex e os níveis de Mel através de ensaio ELISA. Houve uma diminuição significativa nos níveis de HIF-1α, G6PDH, GAPDH e PDH após o tratamento com Mel, mesmo na presença de luzindole em ambas as células de CO. O tratamento com Mel também reduziu a atividade das enzimas metabolicamente relevantes como PFK-1, G6PDH, LDH e citrato sintase, enquanto a atividade de PDH aumentou em ambas as células. Os níveis de lactato e glutamina foram significativamente reduzidos após o tratamento com Mel. A Mel promoveu ainda a redução nas concentrações de CREB, JNK, NF-kB, p-38, ERK1/2, AKT, p70S6K e STAT em ambas as linhagens celulares. Houve também uma redução nos potenciais de migração e invasão celular em ambas as linhagens. O tratamento com Mel atenuou a capacidade migratória e invasiva das células CO de maneira independente do receptor, ao mesmo tempo que estimulou sua síntese intracelular. Além disso, as defesas enzimáticas antioxidantes foram atenuadas pela Mel, especialmente nas células CAISMOV-24. Coletivamente, a Mel regula os processos relacionados ao metabolismo energético que são alterados nas células de CO, revertendo o metabolismo do tipo Warburg e, potencialmente, reduzindo a glutaminólise. Essa regulação contribui para atenuar várias moléculas oncogênicas associadas à progressão e invasão do CO.