Gênero e sociologia no ensino médio: entre ensinar e aprender

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Araujo, Natália Cristina Sganzella de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/183367
Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo apresentar a pertinência do ensino de temáticas de gênero na disciplina de Sociologia para jovens do Ensino Médio. O problema central é compreender como as relações de gênero constituem uma questão educacional e as relações escolares em uma escola pública no interior do Estado de São Paulo. As bases teóricas da pesquisa obtêm seus fundamentos nos estudos sobre gênero na perspectiva do feminismo pós-estruturalistas de Louro (2008;2015), Butler (2003) e Scott (1995). Através dos métodos de observação participante e pesquisa-ação buscamos compreender a relação de ensino e aprendizagem dos/as jovens estudantes do Ensino Médio sobre as temáticas de gênero abordadas nos Cadernos de Sociologia, distribuídos pelo projeto São Paulo Faz Escola da SEE/SP. Entre os resultados que pudemos analisar na pesquisa, percebemos que as temáticas de gênero promovem uma naturalização de identidades de gênero centrada nos papéis masculino e feminino a partir do sexo biológico, não problematizando outras possibilidades de identidades de gênero, resultantes das experiências culturais que fogem à coerência sexo e gênero. Outros conceitos, como violência de gênero e movimentos sociais de mulheres são abordados, problematizando o lugar periférico das mulheres na sociedade brasileira, mas não compreendem que a violência de gênero pode ser construída também na perspectiva do masculino e exploram superficialmente a existência do movimento LGBT como movimento político importante. Na escola pesquisada, tais temáticas ficavam restritas à disciplina de Sociologia, não havendo por parte dos demais membros da equipe escolar um trabalho pedagógico claro de enfrentamento à reprodução dos discursos e práticas sexistas. Em nossa atual conjuntura política, esta pesquisa encontra relevância, pois a natureza conservadora defendida pela presidência eleita (2019-2022), que propala como política educacional a ‘Escola sem Partido’, coloca-se veementemente no combate à existência de uma ‘ideologia de gênero’. Os resultados desta pesquisa mostraram que há um hiato entre os conteúdos ensinados e as práticas cotidianas dos jovens no ambiente escolar, de modo que esta lacuna só se torna menor à medida que os jovens se apropriam dos espaços e reconfiguram com suas estratégias e agências os sentidos do que é ensinado e aprendido.