Avaliação dos exames micológicos no diagnóstico de pacientes com paracoccidioidomicose

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: Fiorini, Mateus Henrique Bosqueto
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
• Palavras-chave em Português: Carga fúngica; Diagnóstico; Micológico direto; Micológico homogeneizado; Paracoccidioidomicose; Paracoccidioidomycosis; Direct mycological; Homogenized mycological; Cytopathological; Diagnosis
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/193311

Introdução. A paracoccidioidomicose (PCM) é micose endêmica na América Latina causada por fungos do gênero Paracoccidioides. O exame micológico do escarro é um método rápido, barato e de simples execução que permite diagnosticar a doença. Poucos estudos têm avaliado a sensibilidade deste método diagnóstico bem como a quantificação do fungo no escarro e sua relação com a gravidade do paciente. Este estudo teve por objetivo avaliar estes parâmetros no escarro de pacientes com PCM no momento do diagnóstico. Métodos. Foi realizado um estudo transversal em 24 pacientes com a forma crônica da PCM atendidos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP entre janeiro de 2018 a julho de 2019. Eles coletaram uma ou mais amostras de escarro no momento do diagnóstico para a realização de exame micológico direto (MD) e homogeneizado (MH), exame citopatológico (CP) e cultura. Nas amostras positivas para MH foi realizada a quantificação do fungo. Para comparação de sensibilidade dos métodos foi utilizado o teste Q de Cochran. Foi utilizado teste de Qui- quadrado ou Exato de Fisher para variáveis categóricas e teste de Mann-Whitney para as contínuas independentes e correlação pelo teste de Spearman. Análise de correspondência múltipla foi utilizada para avaliação multivariada. Foi considerado significativo valores de p menores que 0,05. Resultados. A sensibilidade geral do MH foi superior ao do MD (78,1 vs 34,1%; p<0,01). Na comparação geral entre os métodos, o MH (80,0%) teve sensibilidade maior que MD (40,0%) e CP (46,7) e não diferiu da Imunodifusão dupla – IDD (53,3%) [p<0,01]. MD, CP e IDD não diferiram entre si. Houve associação entre a positividade do MD e IDD, presença de lesões cutâneas e padrão misto de lesões na radiografia de tórax. A positividade do MH se associou com valores elevados da velocidade de hemossedimentação e padrão alveolar de lesões na radiografia de tórax. Maior carga fúngica no escarro se associou com idade acima de 65 anos, hemoptise e presença de nódulos maiores que 0,6 cm e cavidades no raio-x de tórax. Conclusões. Este estudo demonstra a vantagem de se realizar o exame MH de escarro como método padrão para diagnóstico de PCM, em especial na primeira amostra coletada.