Diagnóstico laboratorial da onicomicose dos pés causada por dermatófitos e fungos filamentosos não dermatófitos: estudo comparativo entre o exame micológico do raspado subungueal e a análise histopatológica da queratina ungueal distal (clipping ungueal)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Lavorato, Fernanda Guedes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8776
Resumo: O exame micológico direto (EMD) e o isolamento e identificação do fungo em cultura são considerados padrão ouro no diagnóstico das onicomicoses. Entretanto, estudos sugerem que a análise histopatológica da queratina ungueal distal (clipping ungueal) pode ser uma técnica mais sensível, embora menos específica, e valiosa como ferramenta complementar nos casos de dificuldade diagnóstica. Os objetivos do estudo foram avaliar e comparar a acurácia de duas técnicas de diagnóstico laboratorial da onicomicose causada por fungos filamentosos dermatófitos e não dermatófitos, o exame micológico e o histopatológico. Foram incluídos pacientes com suspeita clínica de onicomicose distal e lateral do hálux, por meio de um estudo transversal, aberto, prospectivo, não randomizado e não controlado. O material coletado foi analisado através do EMD, do isolamento e identificação do fungo em cultura e do exame histopatológico. O isolamento de dermatófitos e fungos filamentosos não dermatófitos foi considerado o padrão ouro para o estudo. O desempenho dos testes foi avaliado pela sensibilidade, especificidade e valores preditivos positivos e negativos (VPP e VPN). Duzentos e doze pacientes entraram no estudo, a maioria era de etnia branca, do sexo feminino, com idade média de 58,8 anos. O EMD foi positivo em 57,5% pacientes e a cultura, em 34,4%. Destas, 23,3% foram positivas para dermatófitos, e 86,3%, para não dermatófitos. Trichophyton rubrum foi o dermatófito mais frequente e entre os não dermatófitos predominou o Neoscytalidium dimidiatum. O exame histopatológico foi positivo em 41,0% amostras, não havendo diferença significativa entre as colorações especiais, PAS e prata. Os cortes histopatológicos corados pela H-E evidenciaram correlação significativa entre o acúmulo de neutrófilos ou a associação deste com paraceratose e a presença de hifas/conídios na unha (p-valor=0,034). Não houve diferença estatística significativa da acurácia entre o EMD e o histopatológico. O exame micológico direto foi estatisticamente o teste mais sensível (p-valor =0,000), e o histopatológico, o mais específico (p-valor =0,066). O VPP do exame micológico direto foi estatisticamente melhor para não dermatófitos (p-valor =0,001) e a sensibilidade igual para ambos os grupos (100%). O VPN do exame histopatológico foi estatisticamente mais significativo para os dermatófitos (p-valor =0,001). O exame direto e o histopatológico apresentaram melhor desempenho na identificação dos indivíduos realmente doentes quando os agentes etiológicos da onicomicose eram fungos não dermatófitos, respectivamente, p-valor =0,001 e p-valor =0,006. O EMD foi o melhor teste para descartar a onicomicose. O exame histopatológico mostrou melhor desempenho para os dermatófitos e o EMD para os não dermatófitos. A utilização de dois testes diagnósticos aumenta a chance de fazer o diagnóstico laboratorial das onicomicoses.