Micologia forense: uma revisão sistemática e uma nova proposta de metodologia de isolamento e identificação de fungos associados à estimativa do intervalo post-mortem (IPM)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Formiga, Mikaella Lucia Felix
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde, Medicina Laboratorial e Tecnologia Forense
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23611
Resumo: Os fungos são, majoritariamente, decompositores, estando presentes durante todo o processo de putrefação, e apresentam esporos aerovagantes, que permitem, a esses organismos, acesso aos mais diversos e extremos ambientes. Além disso, o crescimento das colônias fúngicas ocorrem de maneira radial e centrifuga, permitindo presumir o tempo necessário do seu desenvolvimento, o que pode ser utilizado na estimativa do intervalo post-mortem (IPM). Neste sentido, a micologia forense, com todo o seu potencial metodológico, surge como uma possível ferramenta para a área forense. No entanto, devido a um grande desconhecimento em relação a biologia fúngica em um ambiente forense, os fatores que podem acelerar ou retardar o desenvolvimento fúngico e suas possíveis aplicações para auxiliar nas resoluções jurídicas, mesmo que sejam comumente encontrados em cenas de crime, não raramente, são descartados como possíveis evidências, pois os profissionais da área forense não sabem como aproveitá-la. Assim, pelo exposto, o presente trabalho foi dividido em 2 partes. A primeira levou a proposição de sistematizar as evidências científicas relacionadas ao uso da micologia no âmbito criminal. Para isso, realizou-se uma revisão sistemática, buscando as bases de dados PUBMED, EMBASE, Web of Science, LILACs e OpenGrey, utilizando MeSH e termos livres com base na estratégia PICO (P: população; I: Intervenção; C: comparação; e O: desfecho), para artigos publicados até fevereiro de 2024 sobre a aplicação forense de fungos encontrados em cadáveres humanos. Os resultados nas bases de dados recuperaram 106 artigos, que, por meio do gerenciador Rayyan QCRI, 13 artigos foram selecionados. Após a leitura na integra e a avaliação da qualidade metodológica pelo protocolo do Instituto Joanna Briggs (JBI), 6 artigos foram incluídos na revisão. Os resultados indicam que a micologia é uma ferramenta auxiliar que pode ser aproveitada nos estudos forenses desde que os profissionais tenham um conhecimento mínimo sobre a biologia fúngica e as técnicas microbiológicas que devem ser aplicadas. E a segunda parte do trabalho foi avaliar o crescimento fúngico em diferentes substratos a fim de desenvolver um protocolo para a confecção de meios de cultura mais adequada para a área forense, visto que por ser uma área recente, é necessário otimizar e padronizar os métodos de análise da micobiota e determinar fatores que podem influenciar os resultados. Para isso, inoculou-se fungos ubiquitários em meios já estabelecidos na micologia médica e em meios elaborados para mimetizar o substrato cadavérico a partir do fígado de frango. A análise do crescimento fúngico foi realizada por meio de leituras visuais, medições com paquímetro e análise no ImageJ, procedidas durante 14 dias após a inoculação desses fungos. Inicialmente, observou-se que houve diferenças na velocidade do crescimento fúngico, havendo esporulação mais rápida nos meios constituídos por extrato vegetal que nos constituídos de proteína animal, sugerindo que o meio de cultura é um interferente que precisa ser considerado na análise do IPM.