Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Cantarutti, Daniel Christante |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/239029
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Resumo: |
Esta pesquisa aborda as formas e conteúdos da degradação do trabalho que incidem sobre os migrantes haitianos inseridos no setor de abate e processamento de carnes de frango no município de Maringá-PR. Com aporte dos bancos de dados consultados, das entrevistas realizadas com os sujeitos que integram o escopo da pesquisa e da revisão bibliográfica, constatamos que grandes empresas frigoríficas localizadas na região Sul do Brasil se destacam na contratação de trabalhadores haitianos, dentre elas destaca-se a empresa frigorífica GTFoods, localizada em Maringá-PR. As degradantes condições de trabalho nos frigoríficos, perpassadas por ritmos intensos de produção em ambientes insalubres e baixos salários, refletem no aumento do número de agravos a saúde dos trabalhadores, motivando-os quando possível a buscarem outras ocupações de trabalho que não aquelas ofertadas pelos frigoríficos. Nesse cenário a contratação dos haitianos nas atividades econômicas vinculadas aos frigoríficos tem como objetivo suprir parte do movimento de rejeição dos trabalhadores nacionais em ocupar estas vagas de trabalho. Nossos resultados de pesquisa demonstram que os expedientes da precarização e do trabalho degradante atuam de forma mais intensa sobre os migrantes haitianos. No âmbito da GTFoods, constamos que as relações de trabalho que os haitianos vivenciam são marcadas pela presença rotineira do racismo e xenofobia, enquanto estratégia mobilizada pelo capital visando subordinar a força de trabalho migrante e inviabilizar a construção de resistências. São categorizados como trabalhadores inferiores e a condição de migrantes é utilizando como mecanismo que supostamente justificaria condições de trabalho ainda mais aviltantes daquelas que incidem sobre os trabalhadores nacionais. As ações e entendimentos da diretoria do sindicato das indústrias de alimentação de Maringá, não oferecem suporte significativo aos trabalhadores haitianos, ao passo que reproduzem em suas interpretações conteúdos balizados pelo racismo estrutural que os colocam na defesa das empresas em detrimento dos trabalhadores, assim reproduzem e reforçam as determinações da degradação do trabalho. |