Efeito da restrição alimentar e do grupo genético sobre a microbiota do trato gastrintestinal, a expressão gênica hepática e a deposição de lipídeos na carcaça de frangos de corte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Lunedo, Raquel [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/135866
Resumo: A hipótese testada neste projeto é que a restrição alimentar altera a composição da microbiota intestinal e a expressão gênica hepática em frangos de corte, e estas alterações podem influenciar a deposição tecidual das aves. Outra hipótese, é que a genética do frango influencia estas variáveis, e pode alterar a sua resposta frente a restrição alimentar. Os objetivos específicos foram analisar a resposta de duas linhagens de frangos de corte (crescimento rápido – Cobb – ou lento – Label Rouge) a dois programas de restrição alimentar (quantitativa ou energética) sobre: 1) o desempenho zootécnico; 2) a deposição tecidual; 3) a microbiota de íleo e ceco; 4) a expressão de genes relacionados ao metabolismo hepático. Para tal, dois experimentos foram conduzidos, sendo que no experimento I foram utilizados 480 frangos de corte, machos, da linhagem comercial Cobb500TM e no experimento II foram utilizados 480 frangos de corte, machos, da linhagem Label Rouge. Até os 21 dias as aves receberam mesma dieta e foram criadas em temperatura termoneutra. Aos 22 dias, oito grupos de 20 aves foram distribuídos dentro de cada um dos três tratamentos experimentais: 1. Controle (ad libitum – 3,176 Mcal/kg de EM e 19% PB); 2. Restrição energética (2,224 Mcal/kg EM e 19% PB) até os 43 dias de idade, com consumo equiparado ao controle; 3. Restrição quantitativa (restrição de 70%, ou seja, as aves restritas ingeriram apenas 30% da quantidade de ração consumida pelo grupo controle – 3,176 Mcal/kg EM e 19% PB) durante 7 dias, seguido de realimentação ad libitum até os 43 dias de idade. A restrição alimentar energética diminuiu o ganho de peso e o peso da carcaça e piorou a conversão alimentar em ambas as linhagens; diminuiu as contagens do grupo Lactobacillus e aumentou as contagens de Enterococcus e Enterobacteriaceae nas aves de crescimento rápido; favoreceu a proliferação de Lactobacillus, e diminuiu as populações de Enterococcus e Enterobacteriaceae nos cecos dos frangos de crescimento lento; induziu a expressão gênica das enzimas ACACA e FASN nas aves de crescimento lento e da enzima CPT1-A nas aves de crescimento rápido; e reduziu a massa de gordura corporal nas aves de crescimento rápido. Durante a semana de restrição alimentar quantitativa, não foi verificado ganho de peso em ambas as linhagens. A restrição levou a: diminuição das contagens do grupo Lactobacillus e aumento de Enterococcus e Enterobacteriaceae nas aves de crescimento rápido; indução da expressão gênica de ACACA, FASN e SREBP- 1 e repressão da expressão de CPT1-A nas duas linhagens. No período de realimentação, foi observado comportamento hiperfágico, melhor ganho de peso e melhor conversão alimentar nas aves restritas. O ganho compensatório não foi suficiente para alcançar o mesmo peso vivo. Nos frangos de crescimento rápido, a deposição tecidual foi semelhante ao controle, porém nas aves de crescimento lento ocorreu maior deposição de gordura e menor deposição de proteína corporal nas aves restritas. Em conclusão, apesar da resposta das variáveis ganho de peso e conversão alimentar aos programas de restrição alimentar ter sido semelhante nos dois grupos genéticos, a composição e a estabilidade da microbiota intestinal de frangos de corte foram dependentes da linhagem. Adicionalmente, encontramos evidências sobre a relação entre expressão de genes lipogênicos hepáticos e a deposição de lipídeos na carcaça de frangos de corte, além de demonstrar modificações no padrão de deposição tecidual em função da velocidade de crescimento da linhagem.